Investigação

Caso Lorenza: Pastor amigo da família Pinho presta depoimento

Pastor foi chamado pelo promotor André Luiz de Pinho ao apartamento da família após a morte de Lorenza

Por Felipe Castanheira/ Alice Brito
Publicado em 20 de abril de 2021 | 14:11
 
 
WhatsApp Image 2021-04-20 at 161748jpeg Foto: Cris Matos - O Tempo

Na tarde desta terça-feira (20), o pastor Giovani Ferreira foi ouvido pela Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre a morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor André Luiz Garcia de Pinho. O testemunho durou aproximadamente uma hora e meia.

O pastor chegou ao apartamento do casal por volta das 8h e viu o corpo de Lorenza ser removido. "Após a constatação do óbito pela equipe médica do Mater Dei o André me pediu que eu pudesse ir pra lá para prestar ajuda como um pastor, como um amigo, para ajudar com os trâmites", contou.

Questionado sobre como estava o corpo ele relatou que não percebeu marcas. "O corpo estava ao lado da cama, coberto por um lençol. E não mostrava nenhum sinal de ferimento ou algo que chamasse a atenção", descreveu.

Ele relatou que André Luiz ficava chateado com os problemas emocionais e de saúde da esposa, mas sempre foi solicito com a mulher. "Ele solidarizava com ela, era um casal muito unido. Ele sempre estava com ela no hospital, sempre presente", afirmou. Ferreira disse que não suspeita de um crime contra Lorenza. ""O convívio que eu vi dos dois não tem nada que viesse a despertar qualquer pensamento em relação ao casal".

O religioso contou que fez faculdade de direito junto de Lorenza em 2013, quando fez amizade com o casal. Ele era cogitado pelos dois filhos adolescentes do casal como um dos possíveis tutores deles e dos outros três irmãos menores caso o médico Bruno Sander não aceitasse a guarda das cinco crianças.

"Então por várias vezes eu estive no hospital orando por ela, morando com eles no hospital, então a ida dela ao hospital era praticamente diária, era uma saúde bem debilitada que ela tinha", descreveu.

Ainda segundo Ferreira, o atendimento de Lorenza sempre era feito no Mater Dei e o quadro depressivo de Lorenza se desenvolveu após ela ficar inchada devido às medicações. "Ela era muito vaidosa e sempre era magrinha", descreveu. "Acredito que em função destas medicações, por ela ficar com o corpo um pouco mais inchado por conta de corticoides, ela acabava ficando mais deprimida", acrescentou.

 

De acordo com o pastor, durante a oitiva ele foi questionado tanto sobre o que viu no apartamento da família Pinho após a morte de Lorenza, quanto sobre sua percepção da relação do casal.
 
Relembre o caso
 
Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, morreu no último dia 2, no apartamento em que morava com a família, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. Dois dias depois, a polícia prendeu o marido dela, o promotor André Luís Garcia de Pinho, 51, sob a suspeita de ter matado a mulher. À polícia, ele alega inocência e disse que Lorenza morreu após passar mal e sofrer um engasgo.

Matéria alterada às 16:36