Insegurança

Cidade Administrativa: empresa abandona contrato e elevadores seguem sem solução

Novo processo de contratação será iniciado, porém, Seplag não divulgou nova previsão para que os elevadores voltem a funcionar

Por José Vítor Camilo
Publicado em 16 de abril de 2024 | 11:07
 
 
Elevadores estão interditados desde novembro do ano passado Foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO

Menos de 15 dias depois do governo de Minas afirmar que em três meses ao menos parte dos 22 elevadores do prédio Minas voltaria a funcionar, o Estado anunciou nesta terça-feira (16 de abril) que a empresa selecionada para a manutenção desistiu de assinar o contrato alegando "dificuldades internas em cumprir as obrigações estipuladas". Os elevadores estão interditados desde 21 de novembro do ano passado devido a riscos causados pelo "colapso dos pilares metálicos decorrentes de vícios construtivos".

No último dia 4 de abril, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG) anunciou que as intervenções deveriam ser concluídas até o mês de junho, permitindo a utilização dos elevadores pelos servidores e visitantes da secretaria.

Já nesta terça, a pasta anunciou que a empresa em questão, que foi selecionada com dispensa de licitação por emergência para realizar os reparos necessários "declinou do compromisso de assinar o contrato".

"Dessa forma, considerando a importância de se garantir agilidade na execução do serviço, e mantendo o compromisso com a segurança dos servidores e visitantes do complexo, a Seplag-MG decidiu por encerrar o referido processo de contratação, visto que as demais propostas, dado o momento atual e o tempo disponível para conclusão dos serviços, segundo a legislação, não se mostram mais compatíveis e, portanto, não atenderiam às necessidades elencadas pela administração pública", completou.

Sem estipular um prazo, o governo de Minas disse ainda que as providências para viabilizar a retomada "rápida e gradativa" dos elevadores já estão em andamento, completando que a Seplag informará o andamento do novo processo de contratação e os novos prazos para conclusão das intervenções.

"A Seplag-MG reitera que todos os procedimentos, desde a constatação da falha no funcionamento dos elevadores, seguem tendo como objetivo primeiro a segurança dos servidores e visitantes da Cidade Administrativa. Importante ressaltar, assim, que as medidas necessárias, que estão sendo priorizadas pela Seplag-MG, devem obrigatoriamente seguir os trâmites exigidos pela Administração Pública e estar em consonância com a legislação vigente, considerando o caráter urgente das intervenções", completou a nota divulgada pelo Estado.

Falhas têm origem em 2010, na construção dos prédios

Na nota em que anuncia a desistência da empresa selecionada, a Seplag lembrou ainda que a origem dos problemas que levaram à interdição dos elevadores remontam à construção da Cidade Administrativa, em 2010.

Ainda no dia 4 de abril, em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO, 91,7, a secretária de planejamento, Luísa Barreto, afirmou que o governo de Minas vai cobrar ressarcimento de R$ 20 milhões para reparação dos elevadores da Cidade Administrativa.

O TEMPO teve acesso com exclusividade ao laudo técnico de engenharia que detalha os problemas nos elevadores da Cidade Administrativa. Desde o dia 21 de novembro de 2023, 22 elevadores do prédio Minas estão interditados, devido a riscos em função do “colapso dos pilares metálicos decorrentes de vícios construtivos”. Segundo documento obtido pela reportagem, os problemas também foram identificados nos elevadores do edifício Gerais, que continuam em pleno funcionamento. 

Luísa Barreto, entretanto, garantiu que os elevadores do prédio Gerais foram periciados e receberam autorização para continuar funcionando. Segundo ela, os peritos explicaram que os elevadores do prédio possuem falhas, mas não há risco de colapso e, portanto, podem continuar funcionando com segurança.