Áreas de risco

Coronavírus em MG: regiões de Teófilo Otoni e Valadares são as mais preocupantes

No entanto, secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, ressalta que ainda há poucos casos confirmados nesses locais

Por Léo Simonini
Publicado em 15 de abril de 2020 | 08:58
 
 
Secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral Foto: Reprodução

Minas Gerais ainda não enfrenta caos na saúde pública provocado pela disseminação do novo coronavírus (Covid-19), mas nem por isso a Secretaria de Estado de Saúde (SES) baixa a guarda e se tranquiliza. De acordo com o responsável pela pasta, Carlos Eduardo Amaral, as regiões de Teófilo Otoni e Governador Valadares são as que exigem mais atenção do ponto de vista de equipamentos.

"Temos regiões que têm o número de leitos pequeno em relação a outras, e dessa forma isso nos preocupa porque, se chegar um volume grande de casos por lá de uma única vez, teremos estresse. De uma forma geral, (trata-se) da região Noroeste, que é a de Teófilo Otoni. É uma região que temos uma preocupação um pouco maior. Tem a região leste, de Governador Valadares, temos leitos, mas eles têm percentual de ocupação um pouco maior. Então, essas duas regiões são, de forma geral, as que temos um olhar mais atento", explicou Amaral.

Ele, no entanto, fez questão de tranquilizar os moradores. "(Essa preocupação existe) embora ambas tenham muito poucos casos confirmados. Não temos nenhum estresse do ponto de vista de internação", garantiu em entrevista exclusiva concedida à rádio Super 91,7 FM.

Questionado se há a ideia da construção de hospitais de campanha nesses lugares, o secretário de Saúde descartou. Segundo ele, o grande problema mineiro, enfrentado pelo mundo todo, é a compra de respiradores, o que impede a criação de leitos de terapia intensiva.

"Existe uma dificuldade do mundo inteiro de se comprar ventilador. O que nos preocupa no Estado é a necessidade de aumentarmos os leitos de terapia intensiva. Leitos, de uma forma geral, não temos déficit, pelo contrário, temos praticamente 6.000 ociosos, de enfermaria normal. O que estamos tentando fazer é adquirir ventiladores, o que não está fácil. Estamos fazendo cotações todos os dias, tentando importar da China, o próprio Ministério (da Saúde) tem feito isso, mas não está muito simples", garantiu.

Uma medida que tem sido adotada, segundo Amaral, é o reaproveitamento desse equipamento, o que, segundo ele, seria como se os respiradores estivessem sendo comprados.

"Nós fizemos um recondicionamento dos ventiladores que estavam parados em todo o Estado. Para se ter uma ideia, na Fhemig, conseguimos recondicionar cerca de 170, no Estado fizemos a coleta de 220 respiradores. É a mesma coisa que se estivéssemos comprando. Estamos estimulando empresas do Estado a começar a produzir ventilador. O nosso objetivo é tentar aumentar, naqueles hospitais que já têm expertise, que já sabem lidar com terapia intensiva, aumentar esses leitos. Não quero colocar esses leitos em todos os hospitais, nós queremos colocá-los onde já tem esse treinamento", completou.

Secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral, revela preocupação com regiões noroeste e leste do estado, pelo baixo número de leitos disponíveis pic.twitter.com/tAQT7JXU3l

— O Tempo (@otempo) April 15, 2020