O corpo do bancário que morreu vítima da doença misteriosa em Minas Gerais foi enterrado nesta sexta-feira (10), às 10h, em Ubá, na Zona da Mata, sua cidade natal. Ele foi velado desde a madrugada na Capela Municipal do Cemitério de Ubá.
Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos, foi a única vítima fatal da doença, porém ainda há sete pessoas internadas. Segundo familiares, ele e um genro ingeriram a Belorizontina no bairro Buritis, região Oeste, no fim de dezembro. Esse genro de 37 anos também está internado com a doença.
"Ele (o Paschoal) foi passar o Natal com a filha em Belo Horizonte. Dia 26 retornou a Ubá onde mora e no mesmo dia começou a sentir que não estava urinando. Procurou o médico e logo internaram. O quadro piorou e consequentemente já entrou com diálise e foi imediatamente transferido pra Santa Casa de Misericórdia em Juiz de Fora", contou Marcos Demartini, de 49 anos, primo da vítima fatal.
O primo disse que as duas vítimas estavam saudáveis e não tinham nenhuma patologia anterior. "A família está arrasada, ninguém esperava um desfecho desses", disse Marcos. O bancário ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, os pacientes começaram com sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e dor abdominal, associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida, que progride em 72 horas, seguida de uma ou mais alterações neurológicas, como paralisia facial, borramento visual, amaurose, ou seja, perda de visão, alteração de sensório e paralisia descendente.
Investigações
Os pacientes internados com a doença ingeriram a cerveja Belorizontina no bairro Buritis e após exames preliminares a Polícia Civil confirmou a presença de dietilenoglicol - substância altamente tóxica para o ser humano - em duas bebidas da marca. Um inquérito foi aberto para investigar se há relação entre o consumo da cerveja e o adoecimento das pessoas.