Enormes crateras que se abriram nos últimos dias no viaduto que dá acesso à fábrica da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), na altura do KM 486 da BR–381, em Betim, região metropolitana, estão dificultando o escoamento da produção industrial na região. Segundo fornecedores da montadora e caminhoneiros que transitam pelo local, os buracos atrapalham a entrada e a saída de peças nas empresas do complexo industrial, sobretudo na Fiat. 

Diante da precariedade da pista, caminhoneiros e fornecedores temem que, com a continuidade das chuvas, as crateras aumentem e possam prejudicar as operações da Fiat e de suas fornecedoras. Eles reivindicam que a Arteris Fernão Dias, concessionária que administra o trecho da BR–381 em Betim, faça a recuperação urgente do asfalto. 

“Passo naquela alça duas vezes por dia. Os buracos podem estourar os pneus e até quebrar as molas. Fora a carga, que é muito sensível, e pode quebrar. Como entrego vidros para a Fiat, tenho sempre que dirigir por ali muito devagar para não prejudicar o transporte da carga. Mas, se a situação piorar, o tráfego de caminhões ficará intransitável”, alertou o caminhoneiro José Souza. “O que a gente espera é que a concessionária tome providências”, completou. 

O motorista Cledson Monteiro também elenca os prejuízos que a situação causa. “Uma das mais prejudicadas é a Fiat, pois a via é de entrada e saída de todo o transporte no que diz respeito à fábrica, seja de veículos, seja de fornecedores em geral, porque tudo passa por essa via. E quanto mais demorarem a consertá-la, pior ficará a situação”, disse. 

A lentidão do trânsito, causada pelos buracos, também provoca o atraso na entrega e eleva o custo do transporte, conforme chamou atenção o motorista Paulo Sérgio Rosse, que trabalha de segunda a sábado realizando a entrega de peças para a Fiat. “A gente passa por esta rampa de 15 em 15 minutos. Os buracos dão um transtorno danado pra nós. Tem hora que o trânsito demora horas. Fora o risco de quebrar peças que ficam dentro do caminhão. Pra gente conseguir passar ali tem que fazer um zigue-zague”, reclama. 

Motorista há 13 anos de uma empresa de transporte que fica naquele complexo industrial, Carlos Alberto Nascimento afirmou que o “estado deplorável” da pista pode ocasionar prejuízos para motoristas, além de trazer riscos de acidentes. “Tem muito motorista que não vê a situação do asfalto, vai desviar, e quase acaba atingindo motociclistas e outros carros”, disse. 

Em nota, a Fiat declarou que a montadora ainda não chegou a ter impactos na produção, mas que já solicitou a recuperação da via. “Diante de possíveis riscos de acidente, a FCA fez contato com a concessionária responsável pela Autopista Fernão Dias, solicitando a recuperação da via”

Resposta 

Arteris. Questionada sobre as crateras no viaduto de acesso à Fiat, a assessoria de imprensa da Arteris Fernão Dias, concessionária responsável pelo trecho de Betim da BR–381, informou, por meio de nota, que uma equipe da concessionária faria uma “manutenção paliativa” ainda na noite de ontem no local. Mas, ainda segundo a nota, “o reparo definitivo (na via) só poderá ser feito após a melhora do tempo”, afirmou a Arteris.