A defesa do homem que matou um rapaz, de 28 anos, e uma adolescente, de 13, no bairro Nova Cintra, na região Oeste de Belo Horizonte, descarta hipótese de que o crime tenha motivação política. Os advogados do suspeito alegam que o atirador sofreu um surto psicótico e que não se lembra do ocorrido. O homem está preso e vai passar por avaliações forenses para constatação do distúrbio mental.
O homem foi preso no domingo (30) após ter saído armado e atirado aleatoriamente em cinco pessoas que estavam em dois bares próximos da casa dele, localizados no bairro Nova Cintra. De acordo com o boletim de ocorrência, no momento do crime as pessoas celebravam a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Todas as vítimas foram encaminhadas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. No mesmo dia, o jovem de 28 anos morreu. A outra vítima, a adolescente, de 13 anos, faleceu nessa quinta (3) e foi sepultada, nesta sexta-feira (4), no Cemitério da Paz, no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte.
"Essa tragédia não houve motivação política. O que ocorreu foi um surto psicótico. Ele não se recorda do que aconteceu, só se lembra de flashes. Ele fazia uso de medicamentos controlados e não apresentava sinais de nervosismo, tanto que a família entrou em estado de choque ao saber do ocorrido. Não se sabe quais foram os gatilhos que despertaram o surto e nem se existem tais gatilhos. Ele havia passado o dia bem com a família quando resolveu sair de casa sem levantar a mínima suspeita", disse o advogado de defesa Felipe Henrique.
Ainda conforme o advogado, o homem vai passar por avaliações médicas e forenses para saber desde quando ele apresenta o quadro de instabilidade emocional.
"Ele possui porte e posse de armas há muitos anos. A partir daí serão feitas avaliações para saber desde quando ele apresenta esse quadro de instabilidade emocional", explicou.
Familiares de atirador são vítimas de ameaças de morte
A defesa ainda afirma que os familiares do atirador tiveram que se mudar do bairro Nova Cintra. Eles estavam sendo ameaçados de morte. Os advogados pedem para que as ameaças acabem.
"Até o filho de um ano e cinco meses do acusado está recebendo ameaças de morte. Peço que isso pare. Não se busca a paz por meio de brutalidade. A família não tem nada a ver. Eles estão muito entristecidos com o grau do ocorrido", enfatizou a advogada de defesa Bruna Portella.