Profissionais de enfermagem de Belo Horizonte se reuniram no Centro da cidade nesta terça-feira (12), quando é comemorado o Dia Internacional da Enfermagem, para honrar os 98 colegas que morreram vítimas da Covid-19 em todo o país. Cruzes com os nomes e cidades desses enfermeiros foram espalhadas pela Praça Sete como símbolo da atuação da categoria contra a doença.
Segundo o enfermeiro Hud Ruela Rodrigues, que também é diretor do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), a categoria reivindica valorização das atividades e a atenção às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o exercício da profissão.
Uma das requisições do Sindibel é o reajuste no valor pago por insalubridade a esses profissionais. “O pagamento de insalubridade hoje em Belo Horizonte é de R$ 71,20. É um valor muito irrisório para aqueles profisisonais que estão ali na linha de frente colocando a vida em risco em defesa da saúde da população de BH”, reivindica Rodrigues.
Ao redor das cruzes, expostas em toda a praça, os cerca de 20 participantes do ato carregavam cartazes contendo suas reivindicações. “30 horas sem redução do salário”, “Saúde não se faz sem enfermagem”, “Piso salarial digno para a enfermagem”, entre outros. O sindicato optou por não mobilizar mais pessoas por conta das recomendações de isolamento.
Para Rodrigues, o maior número de mortes de enfermeiros no Brasil em relação a outros países se deve à demora dos serviços de saúde na aquisição dos equipamentos de proteção individual adequado. “A gente percebe, em comparação com outros países, que estamos com EPIs bem aquém do que eles estão usando”, lamenta.
Por fim, o enfermeiro aponta as manifestações em homenagem aos profissionais da saúde nesse momento de pandemia e ressalta: “depois que passar essa pandemia, que a população continue dando força para nós, para que possamos levar nossas pautas adiante, para nível federal, e conseguir nossos direitos. E claro, quem puder, fique em casa”.
Sobre o valor pago por insalubridade aos profissionais, a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão de BH informou que paga conforme a legislação vigente e enquadra a maioria dos serviços de enfermagem do município em grau médio, sendo que o grau máximo é pago somente a equipes que trabalham permanentemente em atendimento a pacientes em isolamento. A PBH ainda pontuou que o reajuste negociado em 2019 já demonstram esforço do executivo municipal, que estaria, segundo nota, "no limite da capacidade financeira para 2020".