Investigação

Dono de haras admite que falou com Rômulo Lessa sobre compra de doses

Empresário Marcelo Martins Araújo, que prestou depoimento à PF nessa terça-feira (6), disse que comprou o que acreditava ser vacina da Pfizer de falsa enfermeira

Ter, 06/04/21 - 18h19
Falsa enfermeira chegou a ser presa, mas foi liberada pela Justiça | Foto: Uarlen Valério

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O empresário Marcelo Martins Araújo disse, em depoimento à Polícia Federal (PF), nessa terça-feira (6), que adquiriu supostas doses da vacina contra a Covid-19 da falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres. O dono de um haras na cidade de Florestal, na região Central de Minas, disse ainda ter comentado com Rômulo Lessa, sócio da empresa de transporte Saritur, que comprou o que acreditava ser o imunizante da Pfizer. Ele nega, porém, ter indicado Cláudia a Rômulo Lessa. 

O advogado de Rômulo Lessa, Felipe Machado Prates, disse que a defesa dos empresários da família Lessa vai seguir sem comentar o caso.

Em nota, o advogado de Araújo, Juliano Brasileiro, afirmou que seu cliente depôs na condição de vítima/testemunha, mas nega participação na vacinação ilegal. "(Marcelo) Confirmou ter comentado esse fato com o senhor Rômulo Lessa, mas nega ter feito qualquer indicação sobre a qualidade e idoneidade da Sra. Cláudia ou das supostas vacinas por ela aplicadas. Esclareceu não ter qualquer outra participação nos fatos objetos do inquérito", disse. 

Ainda segundo a defesa, Araújo "esclareceu ter adquirido da senhora Cláudia Freitas, que se apresentou como enfermeira, aquilo que acreditava serem vacinas contra a Covid da Pfizer regularmente importadas". 

O empresário Marcelo Martins Araújo prestou depoimento de forma virtual após alegar problemas de saúde, que o impediriam de comparecer à Superintendência da Polícia Federal. 

O ex-senador Clésio Andrade também estava com depoimento marcado para essa terça-feira, mas não compareceu  sob a justificativa de que teve contato com uma pessoa infectada pelo novo coronavírus e, por isso, está em quarentena. Um novo depoimento será remarcado pela Polícia Federal. 

Uma segunda pessoa prestou depoimento sobre o caso da vacinação clandestina nessa terça-feira, mas não teve a identidade revelada pela PF. 

Uma das hipóteses com as quais a Polícia Federal trabalha é a de que as pessoas que foram vacinadas de forma irregular pela falsa enfermeira na garagem de uma empresa ligada à família Lessa em Belo Horizonte, no mês passado, tenham recebido, na realidade, doses falsificadas do imunizante contra o coronavírus.

Outras vítimas 

A falsa enfermeira teria aplicado supostas vacinas contra a Covid-19 em outras pessoas no bairro Gutierrez, na capital antes de vacinar os empresários. Essa informação foi revelada pela rádio itatiaia.

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