Crescem os casos de coronavírus no Brasil e, com eles, as notícias falsas envolvendo o assunto. Uma das mais perigosas, que começou a circular nos aplicativos de mensagem durante o Carnaval e segue em alta nos últimos dias, diz que o loló, droga utilizada por inalação, seria a cura da doença. No Brasil, há oito casos confirmados de coronavírus e outros 636 em investigação. Em Minas Gerais, há 80 casos suspeitos.
O loló é produzido com éter, clorofórmio e solventes como a gasolina e, além de não curar o a doença, pode causar problemas para a saúde. A droga aumenta a frequência cardíaca e pode aumentar o risco de parada cardíaca.
O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, ressalta que não existe, até o momento, medicamento que combata o vírus. Pesquisas estão em andamento com esse objetivo. "O tratamento, por enquanto, é suportivo. Existem alguns antivirais que estão sendo pesquisados, mas não há nenhum dado ainda que permita incentivar o uso do antiviral A ou B. O tratamento dá suporte para a pessoa de acordo com a necessidade dela, dando tempo para que o próprio organismo possa se recuperar e desenvolver imunidade", explica.
Segundo o especialista, são ministrados remédios contra os sintomas, como febre e dor no corpo, e, em casos mais graves, em que pacientes desenvolvem pneumonia, pode ser necessário o uso de oxigênio.
Uma série de outras notícias falsas está sendo disseminada nas redes sociais em relação ao coronavírus, como as que dizem que chá de erva doce, chá de abacate com hortelã, uísque quente e mel, óleos essenciais e vitaminas C e D ajudam a prevenir ou tratar a doença.
O próprio Ministério da Saúde criou uma página oficial na internet de combate a fake news e alerta que "até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus".
"Nada tem evidência científica. Essas vitaminas podem não fazer mal, mas não há evidência de que elas diminuam a chande de infecção", afirma Urbano.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas principais do coronavírus são febre, tosse e dificuldade de respirar.
Para se prevenir, a pasta recomenda lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos; evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos não lavadas; evitar contato próximo com pessoas doentes; ficar em casa quando estiver doente; cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogá-lo fora; e limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.