Osni de Paula Mendes, de 49 anos, não conseguiu esconder a dor pela morte do filho, Gabriel Peres Mendes de Paula, de 22 anos, que foi assassinado ao lado da mãe, Teresa Cristina de Peres Almeida, na última segunda-feira (29), pelo ex-padrastro. Porém, durante o velório dos dois, que acontece no Cemitério da Paz, nesta quarta-feira (31), o segundo sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) preferiu exaltar o filho e agradecer o tempo que viveu ao lado dele. 

"O Gabriel conseguiu, em bondade e amor, ser para mim o que eu não consegui ser para o meu pai. Ele foi mais do que eu esperava. Ele superou toda a visão que eu poderia ter de um filho. O Gabriel era uma estrela. Eu não merecia que ele estivesse próximo de mim. Ele me superou como pessoa, ele me superou como homem. Não tenho palavras para expressar o que era meu filho", emocionou-se Osni ao lembrar de Gabriel.

Segundo o militar, o filho o fez ser uma pessoa melhor. "Fico triste por sua partida porque ele me dava fôlego. O fato de conversar com ele me fazia ser melhor na minha função. Ele me crescia demais. Eu estou feliz por esses 22 anos que tive ao lado dele. Ele me fez uma pessoa melhor", completou.

Ainda que sofrendo pela partida do filho, Osni afirmou que prefere deixar de lado qualquer sentimento ruim em relação ao assassino de Gabriel, mas clamou por Justiça.

"Essa inversão de ordem natural (pai enterrar o filho) é o que mais machuca. Revolta eu não tenho. Estou triste com a Justiça, pois ela tem deixado muitas brechas. Os bons têm ido antes. Tenho comigo só o sentimento de perda. A gente tinha muitas coisas planejadas. Terem ceifado a vida dele é muito triste. Espero que Deus, com toda a sabedoria dele, com toda a imensidão dele, só me dê forças par a continuar minha caminhada. Não precisa fazer nada de ruim com ninguém não", afirmou Osni. 

O principal suspeito do crime é o ex-marido de sua esposa, que não teria aceitado o fim do relacionamento, o que fez com que ela pedisse, em vão, a prisão preventiva do homem.