Na Europa

Em sessão na ONU: Bispo de BH, Dom Vicente, cobra amparo a Brumadinho

O bispo ainda contestou o relatório das Nações Unidas que considera boas as práticas do Brasil na preservação do meio ambiente

Por Da Redação
Publicado em 03 de março de 2020 | 08:06
 
 
O bispo ainda contestou o relatório das Nações Unidas que considera boas as práticas do Brasil na preservação do meio ambiente

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte participou nesta segunda-feira (3) da 43ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre Meio Ambiente e contestou o relatório das Nações Unidas que considera boas as práticas do Brasil na preservação do meio ambiente.

Um dos focos do bispo foi tratar da situação das comunidades de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, amparadas pela Igreja, em decorrência do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Vale, no Córrego do Feijão, e os desafios na defesa da Ecologia Integral.

"Embora o Brasil tenha sido listado no seu relatório como um exemplo de boas práticas, a realidade difere do que o país possui em sua legislação, particularmente no acesso a informações ambientais. As comunidades geralmente não são consultadas quando da concessão de licenças para megaprojetos ou essas licenças são concedidas sem seguir o procedimento legal", disse o bispo. 

Dom Vicente ressaltou também que os rompimentos das barragens em Brumadinho - há um ano - e em Mariana - há cinco anos - continuam produzindo efeitos nocivos nas comunidades e no meio ambiente, nada tendo sido feito para impedir outros eventos semelhantes.

 "Faz um ano desde a quebra da barragem de rejeitos em Brumadinho e cinco anos desde Mariana. Até agora, os dois desastres continuam produzindo efeitos nocivos nas comunidades e no meio ambiente locais e nada foi feito para impedir eventos semelhantes. Somente no estado de Minas Gerais, existem pelo menos 40 barragens com risco de colapso e grande risco de possíveis danos", disse o bispo. 

Dom Vicente também cobrou um respaldo do governo brasileiro. "Não será possível realizar progressivamente o direito a um ambiente seguro, limpo, saudável e sustentável no Brasil se o governo não assumir suas obrigações internacionais, inclusive ao prevenir e garantir que as empresas sejam responsabilizadas e ao combater a impunidade como um impedimento para evitar que desastres criminosos aconteçam de novo e de novo", concluiu.