Este sábado (4 de novembro) pode entrar para a história como o dia em que Belo Horizonte passou a ter a melhor escola do mundo. É que no dia será anunciada a grande vencedora da categoria "Colaboração com a Comunidade" do World's Best School (Melhores Escolas do Mundo em tradução literal), que tem como uma das três finalistas a Escola Municipal Professor Edson Pisani, localizada no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital mineira.

Para acompanhar a cerimônia, a escola, que atende 582 alunos com idades de 6 a 69 anos, organizaram um evento para receber pais e estudantes. Além disso, o anúncio também terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Promovid pela organização global T4 Education, o prêmio é de US$ 50 mil para a grande vencedora.

Flor Estevam, professora que foi responsável por inscrever a instituição municipal de ensino na premiação internacional, conta que a categoria em que eles concorrem deve ser uma das primeiras a ser revelada. "Tirando a ansiedade, está tudo certo para amanhã", brincou ao ser questionada sobre os preparativos para o sábado.

Conheça a escola em vídeo de O TEMPO:

Encravada na maior favela de BH, o Aglomerado da Serra, localizado na região Centro-Sul, a Escola Municipal Professor Edson Pisani pode ganhar, dentro de menos de 2 meses, o título de melhor escola do mundo. É que a instituição pública é uma das três finalistas da categoria… pic.twitter.com/jcoI9NWK2J

— O Tempo (@otempo) September 14, 2023

O projeto inscrito no concurso é o "+Favela -Lixo", que tem o objetivo de promover a conscientização da população e buscar soluções práticas para o problema do descarte irregular de lixo nos becos e ruas do aglomerado. Em todas as categorias da premiação participaram instituições de 108 países e, na grande final, a escola de BH compete com iniciativas da África do Sul e dos Estados Unidos.

Se escola vencer, prêmio será voltado para projeto

Ainda segundo Flor Estevam, caso a escola leve o título, o plano é investir os cerca de R$ 250 mil no próprio projeto. "Estávamos procurando formas de financiar o projeto, já que isso tudo gera um custo. A gente começou a pensar em editais, como buscar financiamento e parcerias até com empresas e, quando surgiu o 'Melhores Escolas', vimos que, além de ter tudo a ver com o nosso projeto, a destinação do valor que podemos ganhar será, justamente, para pensarmos em ações com entulho, lixo doméstico, trabalho com a compostagem e horta que trabalhamos aqui na escola", disse, orgulhosa, a professora.

A profissional destaca a importância das escolas trabalharem junto à comunidade. "Este é apenas um dos trabalhos que a escola faz, como muitas instituições de BH e do Brasil todo fazem isso, de extrapolar os muros e trabalhar junto da comunidade. Melhorar a comunidade é melhorar também a escola", finalizou Flor.

Enzo Gabriel, de 8 anos, é um dos alunos que participam do projeto. Segundo ele, apesar de ainda existir bastante lixo na rua, no caminho de casa para a escola, a situação já melhorou. "Os ganchos ajudam para o cachorro não rasgar e espalhar tudo. Ainda vejo lixo, mas já diminuiu muito", garante o garoto. A principal lição do projeto também já foi aprendida por Logan Daniel, também de 8 anos. "Aprendi a jogar lixo no lixo. Antes eu não fazia isso", destacou.