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Escolas de BH apostam em testagem para monitorar possíveis casos de Covid

Colégios Loyola, Santa Doroteia e Sagrado Coração de Maria estão entre as instituições que já testaram colaboradores que tiveram sintomas ou tiveram contato com infectados

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 01 de julho de 2021 | 03:00
 
 
Colégio Sagrado Coração de Maria aplica protocolo de segurança e pode voltar a testar colaboradores se houver caso positivo Foto: Flavio Tavares

Com o retorno das aulas presenciais do ensino fundamental nas escolas particulares, a testagem vem sendo uma ferramenta de controle da Covid em algumas instituições de Belo Horizonte. Usados especialmente para funcionários e professores, os exames ajudam a encontrar possíveis casos positivos e a isolar pessoas assintomáticas.

Nesta semana, o Colégio Loyola, no bairro Cidade Jardim, teve de suspender por 14 dias as aulas presenciais de três turmas, após a confirmação de casos positivos de três alunos.  Os professores que tiveram contato com essas salas de aula foram preventivamente afastados e vão passar por testagem. Se houver algum colaborador testar positivo, fará isolamento domiciliar por duas semanas e será monitorado por uma equipe da escola.

Segundo Agripa Mairink, integrante do Comitê Covid do Loyola, a testagem vem sendo realizada desde antes das aulas presenciais, sempre que um colaborador tinha sintomas ou contato com infectados. Agora com casos de alunos que contraíram o vírus de maneira externa, a escola segue um protocolo de testagem para os colaboradores.

“Seguimos rigorosamente as orientações da prefeitura e, conforme a nota técnica, temos que monitorar o caso de colaborador que teve contato por mais de 45 minutos na mesma sala do aluno com uso de máscaras. Então, estão sendo testados os professores que estiveram em sala de aula com esses alunos”, explica Mairink, acrescentando que cabe às famílias verificar a necessidade de realização de teste nos estudantes.

Outra experiência de testagem foi realizada pelo colégio Sagrado Coração de Maria, no bairro Serra. Logo após o retorno presencial da educação infantil, no fim de abril, chegou a notícia de que um aluno estava com Covid. As aulas da “bolha” foram suspensas, mas a escola achou mais seguro testar todos os 56 colaboradores que estavam trabalhando presencialmente naquele momento.

“Fizemos contato com diferentes laboratórios e acabamos fazendo um bom contrato com uma farmácia próxima daqui. Testamos 56 colaboradores para que houvesse uma tranquilidade sanitária em nossa comunidade. E foi uma excelente medida”, relata o diretor-geral do colégio, Fernando França de Barros.

A opção foi por uma testagem molecular via RT-PCR. Na ocasião, todos os exames tiveram resultado negativo, deixando a comunidade mais tranquila. “Mesmo assim, não baixamos a guarda. O protocolo é seguido à risca, temos uma equipe de vigilância que monitora e ajuda os colaboradores em eventuais dificuldades. É um trabalho que tem surtido efeito muito positivo”, diz Barros. Até o momento, a escola não vivenciou mais nenhum caso positivo, mas poderá voltar a testar os funcionários se houver.

Outra escola que vem investindo na testagem de colaboradores antes mesmo das aulas presenciais é o colégio Santa Doroteia, no bairro Sion. “Temos feito testagem de funcionários ou professores que comunicam suspeita de Covid. Foram poucos casos, mas em todos o colégio solicitou o teste para uma volta segura às atividades”, explica a coordenadora-geral da escola, Sandra Moreira Alves.

MEDIDA POSITIVA

O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SinepMG) afirma que o controle dos casos de contaminação devem ser levadas em consideração pela instituição de ensino, conforme a realidade de cada uma. As instituições são livres para realizar ações próprias, sanitárias ou educativas, para melhorar a eficácia do controle da Covid.

Integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid de Belo Horizonte, o infectologista Unaí Tupinambás diz que a testagem é uma boa estratégia para ter um maior controle sobre a disseminação do vírus. “Mas é importante respeitar também todos os cuidados, como deixar os ambientes ventilados, ter um aluno a cada quatro metros quadrados e evitar aglomerações”, explica.

EMPRESAS OFERECEM PARCERIAS E DESCONTOS

Os laboratórios e as farmácias estão de olho na crescente demanda por testes em escolas e famílias que decidiram pela volta ao presencial e lançam condições diferenciadas para esses grupos. A Drogaria Araujo, por exemplo, oferece desconto de 25% em testes rápidos para alunos de funcionários de escolas, públicas ou privadas.