Coração Eucarístico

'Fomos à PM para dizer que tínhamos medo dele', diz mãe de jovem morta

Segundo a mãe da estudante da PUC Minas assassinada pelo vizinho, Ezequiel da Silva observava a casa da família 24 horas por dia, mas a polícia não quis registrar ocorrência

Por Mariana Nogueira
Publicado em 30 de abril de 2017 | 15:37
 
 

A mãe de Isabella Perdigão Martins Ferreira contou à “Rádio Itatiaia” que a família informou à Polícia Militar sobre o assédio de Ezequiel da Silva, mas não conseguiu registrar um boletim de ocorrência.

“Procuramos a polícia e dissemos que tínhamos medo dele, porque ele observava nossa casa 24 horas por dia, mas a polícia não quis registrar boletim de ocorrência porque disse que nunca tinha acontecido nada de fato”, afirmou. “A própria família dele disse que ele já agrediu outras pessoas, então por que deixaram esse homem solto? Agora ele levou minha filha”, lamentou a mãe.

Questionada, a assessoria da PM informou que só consegue acessar o histórico de boletins de ocorrência a partir de janeiro e nenhuma ocorrência havia sido registrada neste ano pela família de Isabella. Por nota, a corporação declarou que lamenta o crime, mas que “em muitas situações não há como determinar que um modo estranho (de agir de uma pessoa) possa configurar crime”.

Segundo a criminalista Virgínia Afonso, se a família de fato tentou realizar o boletim, houve grande falha por parte da polícia. “Se eu compareço na PM e quero fazer um boletim, ele tem que ser registrado. Ele é um ato unilateral da vítima. A polícia registra a ocorrência e, em seguida, apura para definir se instaura um inquérito policial ou não. Nesse caso, a depender, a justificativa cabe. Mas nada pode impedir que um b.o. seja registrado por alguém”, afirmou.

Até o fim da tarde de ontem, o assassino continuava na Central de Flagrantes da Polícia Civil, que não informou onde ele ficaria detido. As famílias da vítima e do suspeito foram procuradas, mas não quiseram se pronunciar.