De braços cruzados

Guardas municipais entram em greve e fazem passeata no centro de BH

Categoria quer que prefeitura delibere por armamento para a corporação; adesão ao movimento é de 30%, segundo sindicato

Ter, 05/05/15 - 11h24

Os guardas municipais de Belo Horizonte entraram de greve, na manhã desta terça-feira (5). A categoria realizou uma assembleia, na praça da Estação, no centro da capital e votou por paralisar as atividades.

A intenção é que a prefeitura aprove o armamento dos guardas. "A guarda hoje tem a mesma função que o policial militar, a diferença é que o policial trabalha armado e guarda só com a teaser. Diante dessa indefinição da prefeitura sobre o início do treinamento e de armar a corporação, deliberamos pela greve hoje", explicou Israel Arimar, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel).

Os servidores fizeram passeata da praça da Estação para a sede da guarda, na avenida dos Andradas, segundo o Sindibel. O trânsito ficou lento na avenida dos Andradas, no sentido rodoviária, conforme a assessoria da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte, e também no sentido hospitais.

Ainda, de acordo com o sindicato, 600 guardas participaram da assembleia nesta terça e a adesão à greve já é de 30%, de um total de 2.100 servidores na capital. Nesta quarta e quinta-feira, os guardas farão passeatas e aguardam uma posição da prefeitura.

A reivindicação da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH) por porte de armas letais pela corporação veio novamente à tona, após a confusão entre os agentes da prefeitura e policiais militares, em janeiro deste ano, quando uma guarda foi baleada no rosto. Desde sua formação, em 2003, a GMBH solicita que os guardas tenham porte de arma, e em 2005 a prefeitura chegou a comprar 500 armas, que atualmente estão guardadas em um deposito da Polícia Militar.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que mantém “uma mesa permanente de negociações visando conquistas para a categoria” e reforçou que está aberta ao diálogo.

“Os recursos orçamentários já estão garantidos e todos os procedimentos necessários para a capacitação dos agentes e autorização para porte e utilização de armamento institucional estão sendo adotados conforme cronograma abaixo e já encaminhado aos agentes da Guarda Municipal”, diz o comunicado.

Veja o cronograma:

ARMAMENTO: CRONOGRAMA

Etapa

Procedimento

Início (Mês/ano)

Término (mês/ano)

1

Elaboração do Edital

Maio 2015

Julho 2015

2

Abertura Edital

Julho 2015

Agosto 2015

3

Contratação

Setembro 2015

Outubro 2015

4

Treinamento

Outubro 2015

Novembro 2016

5

Avaliação

Dezembro 2015

Dezembro 2016

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Relembre

No dia 15 de janeiro, uma grande confusão teve início quando dois guardas municipais abordaram um policial reformado fazendo transporte irregular de passageiros no terminal rodoviário da capital. Após discutirem, o suspeito agrediu o guarda municipal, que revidou com um disparo de taser (arma de choque).

A Polícia Militar foi chamada, e uma nova discussão começou. Lilian e uma companheira foram dar apoio a abordagem e ela acabou levando um tiro de bala de borracha no rosto, que foi disparado por um PM. Ela foi encaminhada para o Hospital Odilon Behrens e depois transferida para o Hospital João XXIII. Um guarda municipal, o policial reformado e o cabo da PM que atirou foram detidos.

Atualizada às 19h09

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.