Os danos causados pelo rompimento da barragem I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (25) estão longe de serem reparados. Mas a rede de solidariedade que se formou para que os estragos sejam ao menos minimizados ganha a cada dia mais força.

Isso porque, um dia após a cidade ser atingida pela lama, o número de doações de alimentos, água e material de higiene já tinha suprimido a necessidade dos desabrigados. Na manhã desta segunda-feira (28), o governador Romeu Zema bem como a Polícia Militar reforçaram que não é preciso mais enviar donativos para a cidade. “A situação está sob controle e o que nós precisamos é de agilizar esse trabalho”, disse Zema.

A voluntária Mariana Almeida Alves Moreira, coordenadora do projeto Afago, é uma das pessoas que compõem essa rede. Logo após que soube sobre o rompimento da barragem, ela criou o grupo no WhatsApp “SOS Brumadinho” para arrecadar doações para as vítimas da tragédia. No domingo (27), ela levou as arrecadações para a cidade.

“Nós levamos café da manhã e água mineral e fomos distribuindo para todas as pessoas que encontrávamos no caminho. Oferecemos lanche para as pessoas que estavam ajudando e também para os moradores”, conta.

Ela diz que também foi em dois pontos de apoio, localizados em Casa Branca e próximo à mina do Feijão, para conferir qual era a situação dos donativos arrecadados. “Eu vi doações do chão ao teto. São muitas coisas e há de tudo”, diz. Ela acredita que o que mais as pessoas estão precisando é de apoio emocional. “Vi moradores andando como zumbis. A ficha deles não caiu, infelizmente.”

Mariana, que é de BH, conta ainda que o grupo reúne pessoas de várias regiões da capital. Destaca, entretanto, que não responde sobre todas as movimentações no grupo.

Não é preciso levar mais nada

A reportagem entrou em contato com o responsável pelo ponto de apoio localizado próximo à mina do Feijão para saber se era necessário levar donativos como fraldas descartáveis, soro fisiológico, absorvente e remédios sem prescrição médica. Entretanto, fomos informados pelo responsável que nenhum item está faltando. “Temos doações aqui para muitas gerações”, disse.