Manifestação

Hospital descarta morte de mulher por inalação de fumaça

HPS Risoleta Neves informou que o óbito está associado a doença cardíaca e neurológica

Por Franco Malheiro e Lara Alves
Publicado em 18 de junho de 2019 | 17:00
 
 
Fogo tomou conta da avenida Foto: Luiz Fonseca

Edi Alves Guimarães, de 53 anos, não morreu intoxicada por monóxido de carbono, conforme atesta o Hospital Risoleta Tolentino Neves em nota enviada à imprensa. A mulher estava em um coletivo quando inalou fumaça da queima de pneus durante um protesto contra a reforma da Previdência e cortes na educação, na última sexta-feira (14). 

A assessoria da unidade hospitalar informou que os exames clínicos realizados na vítima não evidenciaram a existência de elementos que comprovassem que ela teria sofrido intoxicação. Ao dar entrada no Risoleta, Edi apresentava um quadro de parada cardiorrespiratória e sua morte foi encefálica. 

Assim, a equipe médica concluiu apenas que o óbito está associado a doença cardíaca e neurológica e, por decisão institucional, médicos não vão comentar o caso. A assessoria do Risoleta ressalta ainda que não foi possível determinar o que provocou a parada cardíaca, que pode tanto ter sido causada por estresse quanto por outro quadro. 

Por meio de sua assessoria, a Polícia Civil comunicou que um inquérito foi instaurado para apurar a causa da morte da mulher. Com as investigações em andamento, nenhuma informação será passada. 

Segundo a corporação, o hospital é responsável por um relatório médico que será encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) que, por sua vez, elaborará um laudo indireto de constatação da causa da morte. 

Relembre

A vítima seguia para o trabalho em um coletivo de Santa Luzia, na região metropolitana, com destino a Belo Horizonte, quando teria inalado fumaça na avenida Antônio Carlos, nas imediações da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), decorrente de protesto contra a reforma da Previdência e cortes na educação.

Os outros passageiros que estavam no ônibus não ficaram feridos. A Polícia Militar realizou o socorro da vítima e Edi deu entrada em estado grave no hospital, com sinais de estar sofrendo uma parada cardiorrespiratória. 

A vítima permaneceu internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) ao longo de três dias e não apresentou melhora em seu quadro de saúde. Ela morreu nessa segunda-feira (17). (Com Raquel Penaforte)

Confira a nota do hospital na íntegra:

O Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) informa e lamenta o falecimento da senhora Edi Alves Guimarães, esclarecendo que a paciente foi atendida do dia 14/06/2019 ao dia 17/06/2019, quando evoluiu para o óbito.

Durante a internação, o Hospital realizou todos os procedimentos necessários visando à sua recuperação. O HRTN ressalta que os exames realizados não evidenciaram intoxicação por monóxido de carbono, estando o óbito associado à doença cardíaca e neurológica.