No dia em que a tragédia provocada pelo rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão completa três meses, integrantes do Movimento Sem Terra (MST) ocupam a entrada da mineradora Vale, responsável pelo desastre, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Líderes coordenam a permanência de cerca de mil famílias no local à espera de que um representante da empresa apareça e dialogue sobre as indenizações para os atingidos. 

Moradores de um acampamento do MST em São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana, vivem a cerca de um quilômetro do Rio Paraopeba e alegam que o rompimento prejudicou a subsistência da comunidade. Um laudo produzido pelo próprio movimento aponta para a existência de mil famílias sem terra atingidas pelo desastre. 

Outra denúncia feita pelos manifestantes durante a ocupação é que a mineradora, antes do colapso da estrutura, já teria calculado o valor a ser pago por cada morte causada. A vida de cada trabalhador ou atingido valeria pouco mais que R$ 2 milhões.

Procurada, a Vale afirmou que não houve ocupação em área da empresa e que as negociações sobre indenizações ainda estão em andamento. 

Quanto os valores mencionados, a mineradora esclareceu que foram "extraídos de um documento sem eficácia jurídica, baseado em cenário hipotético e dissociado de situações concretas, que não representam parâmetros para acordos individuais ou coletivos", pontuou.