Uma jovem grávida, que estava desaparecida, foi encontrada morta, com a barriga aberta, dentro de uma represa, em Ituiutaba, na região do Triângulo Mineiro, nesse domingo (21). O feto ainda não foi localizado, bem como a placenta. Segundo o delegado regional da cidade, Carlos Fernandes, o caso pode ser esclarecido nas próximas horas.
"O homicídio possivelmente aconteceu aqui (Ituiutaba) e ela foi morta de sexta para cá. Já temos uma linha de investigação, mas ainda ninguém foi preso. Nas próximas horas já devemos ter uma resposta", afirmou.
Dois ciclistas que faziam trilha pela zona rural da cidade, viram o corpo de Greiciara Belo Vieira, 19, boiando em uma represa, a cerca de cinco metros da margem, e chamaram a Polícia Militar (PM). O Corpo de Bombeiros retirou o corpo da água.
A vítima estava com os pés amarrados por um tecido e o corpo envolto por uma tela de arame junto com uma pedra grande, além de estar com o abdômen aberto e com as vísceras expostas.
A jovem estava desaparecida desde o dia 18 de agosto e segundo a mãe dela, a filha estava grávida de 9 meses, o que foi confirmado pela perícia. Segundo uma conhecida da família, ela saiu de casa ao receber o telefone de uma mulher afirmando que tinha roupas de criança para doar.
Até o momento, não se sabe quem matou Greiciara e nem se o bebê dela está vivo. O corpo dela foi encaminhado para o Instituto Médico Legal da cidade a família a reconheceu por fotos. As tatuagens que ela tinha ajudaram.
A família da vítima irá depor, conforme o delegado. Ainda, a Polícia Civil informou que a vítima estava na cidade para encontrar alguém. Ituiutaba fica a 130 quilômetros de Uberlândia.
Familiares e amigos buscam explicação para o crime
A notícia que o corpo de Greiciara foi encontrado em uma cidade vizinha pegou familiares e amigos da vítima de surpresa. Segundo um cunhado, que pediu para não ser identificado, a jovem saiu da casa da mãe, com quem morava, para ir até uma praça.
“Minha sogra contou que ela saiu sem levar nenhuma roupa dela ou do bebê. Como não voltou, ela ficou preocupada e acionou a polícia. Não temos ideia do que possa ter acontecido com a minha cunhada e não sabemos o que ela foi fazer em Ituiutaba”, explicou.
Segundo ele, o bebê, que receberia o nome de Alícia Marianny, poderia nascer a qualquer momento. Há uma semana, Greiciara fez o chá de bebê para a filha. “Ela estava muito feliz, curiosa para ver o rostinho da Alícia. Era a primeira filha, primeira neta e todos estavam aguardando o nascimento. Minha sogra reformou um cômodo para que as duas ficassem. O berço já estava montado e todas as roupinhas arrumadas. Foi um choque quando a polícia nos mostrou as fotos ontem (domingo) para o reconhecimento do corpo”, disse o homem.
Questionado pela reportagem de O TEMPO em relação ao pai da criança, o cunhado afirmou que não sabia se a vítima vivia algum tipo de relacionamento amoroso.
Uma amiga da jovem, que também pediu anonimato, afirmou que Greiciara não estava sendo ameaçada. “Era uma menina tranquila, conversava com todo mundo. Pelo que sei, não estava fazendo nada de errado. Ela saiu para ir à pracinha do bairro e não voltou mais. Não entendemos como puderam fazer isso”, lamentou a mulher.
Conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a vítima esteve no sistema prisional de 23/04/2015 a 15/05/2015. O crime cometido não foi divulgado.
Matar a mãe para roubar bebê de barriga já aconteceu em Ponte Nova
Em junho de 2015, Patrícia Xavier da Silva, 21, aos 9 meses de gestação, saiu de sua casa por volta de 7h30 no bairro Cidade Nova para ir ao hospital Nossa Senhora das Dores, no centro de Ponte Nova, na Zona da Mata. Ela foi vista entrando e saindo sozinha do local, mas depois disso, não havia sido mais localizada. A família então registrou queixa sobre o seu desaparecimento. Aquela seria a última consulta de pré-natal antes de Patrícia ter o bebê, um menino.
Quatro dias depois, o corpo de Patrícia foi encontrado perto de uma caixa d´água, no bairro Vale Verde, um bairro de ligação à zona rural da cidade, afastado do centro. Perto do local, havia uma lavanderia abandonada onde foram encontrados restos de comida, cobertor, um papelão, e outros indícios de que a vítima havia sido mantida em cativeiro antes de ser assassinada.
O corpo estava com a boca amordaçada com uma fita adesiva, mãos e pés amarrados, um corte no pescoço e outro grande corte na barriga, semelhante a uma cesária. O bebê havia sido retirado do ventre da mãe.
Na semana seguinte, a polícia prendeu três suspeitos do crime, inclusive Gilmária Silva Patrocínio, que confessou a autoria do crime e o motivo: queria ficar com o bebê. A criança sobreviveu.
Atualizada às 18h17