Nesta segunda

Jovem que matou aluno do IEMG chora em audiência diante de colegas

Ele disse ao juiz Marcelo Rodrigues Fioravante que está arrependido e que não tinha a intenção de matar Luiz Felipe Siqueira de Sousa

Por Pedro Ferreira
Publicado em 18 de fevereiro de 2019 | 20:07
 
 
O Fórum Lafayette é o maior de Minas, e as intervenções têm como objetivo melhorias na acessibilidade, funcionalidade e sustentabilidade Foto: Alex de Jesus / O Tempo

Durante quase quatro horas de audiência de instrução, na tarde desta segunda-feira (18), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, o adolescente de 18 anos, que está preso por ter matado o colega de escola no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), chorou toda vez que um dos seus colegas ou colegas da vítima entravam para depor. O adolescente disse ao juiz sumariante do 1º Tribunal do Júri da capital, Marcelo Rodrigues Fioravante, que está arrependido e que não tinha a intenção de matar Luiz Felipe Siqueira de Sousa, 17. O crime foi em novembro do ano passado.

O magistrado ouviu seis testemunhas de acusação, a maioria colegas da vítima e do réu. Um tio do jovem morto também foi ouvido, além de três testemunhas de defesa.

Como já tinha completado 18 anos quando cometeu o crime, ele foi preso e permanece recolhido no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O juiz Fioravante iria avaliar a existência do crime e a autoria e decidir pela pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação para crime não doloso (sem intenção de matar). No entanto, o Ministério Público e a defesa requereram diligências, em caráter de urgência, e o magistrado tomará a decisão em outra audiência de instrução e julgamento a ser marcada. Se for pronunciado, o jovem será julgado por um júri popular.

O crime

O adolescente é acusado de agredir e matar o colega Luís Felipe dentro do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), na região centro-sul de Belo Horizonte. A vítima, na época, foi encaminhada ao Pronto-Socorro João XXIII, mas faleceu seis dias após o crime. O agressor foi preso em flagrante e aguarda o julgamento no presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O estudante de 17 anos foi agredido durante um jogo de futebol na quadra da escola. O rapaz estava no espaço de lazer junto a outros colegas, incluindo o agressor, que na época tinha 18 anos de idade, quando a confusão começou.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o desentendimento ocorreu após um drible aplicado pela vítima no colega, que integrava a equipe adversária. O jovem mais velho e integrantes do time passaram a agredir a vítima, que tentou fugir, mas foi perseguida e atingida por um chute nas costas.

A força do golpe fez com que o jovem caísse sobre uma escada e cortasse a cabeça no degrau. No hospital, ele foi encaminhado em estado grave para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), mas não resistiu aos ferimentos. A autopsia constatou morte por traumatismo crânio encefálico.