Após o juiz Tarciso Moreira de Souza determinar, no dia 12 de fevereiro, que o goleiro Bruno fosse transferido de Varginha para algum presídio em Belo Horizonte ou na Região Metropolitana, o desembargador Fausto Bawden De Castro Silva, da 4ª Câmara Criminal de Varginha, concedeu liminar que derruba a transferência do atleta. A decisão foi publicada na noite desta quinta-feira (28).
Em sua decisão, o desembargador alega que a transferência de Varginha configuraria “excesso de execução”, uma vez que Bruno “fixou domicílio em Varginha”, uma vez que apresentou documentos que comprovam o nascimento da filha dele bem como a residência da sua atual mulher na cidade do Sul de Minas.
Com isso, Bruno permanecerá preso no presídio de Varginha, onde cumpre pena, até julgamento do mérito.
Além da comunicação eletrônica enviada para a comarca de Varginha para providências urgentes, o cartório da 4ª Câmara Criminal do TJMG ligou para o juiz Tarciso Moreira de Souza para comunicar sobre o deferimento do pedido. A medida, não tão frequente no Judiciário, ocorreu devido a iminente transferência do goleiro para a Nelson Hungria.
Os advogados que assumiram recentemente a defesa do atleta emitiram uma nota informado que não falariam com a imprensa e se manifestariam apenas no processo.
Entenda
No dia 11 de fevereiro, o juiz considerou uma falta grave do goleiro Bruno, em outubro do ano passado, depois de ele ter usado um telefone celular para marcar encontro com mulheres. Com a decisão, Bruno perdeu o direito de trabalho externo, e o direito de cumprir pena na Apac. De acordo com o processo, Bruno usou o celular de um encarregado da Apac de Varginha, onde prestava serviços, para combinar, por meio do WhatsApp, um encontro com duas mulheres que queriam um autógrafo do goleiro.
Caso
Em outubro do ano passado, Bruno Fernandes foi flagrado por uma emissora de televisão local em um espaço com duas mulheres e uma lata de cerveja na mesa. O jogador teria trocado mensagens de celular com uma delas para marcar o encontro.
Ele foi considerado inocente no caso em um procedimento interno dois meses depois do fato, questão que o juiz Tarcísio de Souza desconsiderou na decisão desta segunda-feira.
Reincidente
Essa é a segunda falta grave que Bruno comete na prisão. Em abril de 2013, ele ameaçou um agente penitenciário e dois detentos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, depois de eles terem elogiado Ingrid Calheiros em uma das visitas dela no presídio.
Condenação
Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos e três meses pelo envolvimento na morte de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, fruto da relação com a modelo.
Em setembro de 2017, a Justiça diminuiu a pena para 20 anos e nove meses, após a prescrição do crime de ocultação de cadáver.
Bruno cumpre pena em regime fechado desde 2010. Ele tinha permissão para o trabalho concedida pelo poder judiciário e trabalhava nas obras de construção da Apac de segunda à sexta-feira, entre 7h e 18h.