A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, nessa terça-feira (16), um habeas corpus do goleiro Bruno Fernandes contra o pedido de prisão por não pagamento de pensão ao filho dele com a modelo Eliza Samudio. Esse é o segundo recurso negado pelos mesmos desembargadores no caso. O outro foi no dia 1º de julho. 

Assim como na ocasião anterior, Bruno e seus advogados recorreram da decisão da 6ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, pelo não pagamento de pensão alimentícia. Bruno alega que não se furta ao pagamento do valor, mas que tentou uma proposta de acordo no processo e que a prisão é “desnecessária”. Os advogados pediam a suspensão do mandado de prisão até que fossem depositados R$ 30 mil ou até que Sônia de Fátima, mãe de Eliza, se manifestasse no judiciário em relação à proposta de acordo. 

De acordo com os dados disponíveis no processo, o valor atual da dívida é de R$ 90.748,71. Recentemente, pelas redes sociais, o goleiro publicou comprovantes de transferência feitas para Sonia e também para uma conta em juízo no Mato Grosso do Sul. A maior parte dos pagamentos foi feita por Ingrid Calheiros, mulher de Bruno, que também recorreu a uma vaquinha online para tentar angariar o valor. 

A desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, relatora do recurso, considerou que a justiça de Campo Grande fundamentou o pedido de prisão, inclusive, por Bruno ser um “inadimplente contumaz” do filho. “Bruno não demonstrou qualquer impedimento justo e inequívoco para a quitação do débito, valendo ressaltar que a proposta foi recusada pela parte exequente”, no caso a mãe de Eliza, pontuou a magistrada. 

Como o habeas corpus foi negado, permanece valendo a decisão de Mato Grosso do Sul, que pediu a prisão de Bruno. A justiça fluminense não respondeu a reportagem se, a partir de agora, o mandado pode ser cumprido a qualquer momento. 

O que diz Bruno

Procurado pela reportagem, Bruno Fernandes disse que acredita na Justiça de Deus porque a do homem é falha. “Sobre o valor da pensão, farei de tudo pra pagar e continuarei pagando se a Sônia não me impedir de trabalhar”, disse. 

“Vivem me julgando pelo o que eu já paguei. Por que não tocam do exame de DNA? Querem falar do passado? Tenham coragem e anulem o júri pelas provas produzidas para me condenar. Por exemplo, o acordo que fizeram com o Macarrão que vocês mesmo de O TEMPO deram em primeira mão a matéria. Por que não julgam a competência de juízo? Jamais meu júri poderia ter sido em Contagem. Julguem a pior prova produzida que a juíza deu para o MP, que foi uma certidão de óbito. Aliás, pergunta pra juíza qual foi de fato a causa da morte da Elisa, porque até certo ponto na decisão dela ela acredita no meu sobrinho, mas na hora de concluir ela fala o oposto do que está no processos. Julguem esses recursos também”, disparou. 

"Sobre os R$ 90 mil eu já passei pra ela um pouco mais de R$ 15 mil. Estou pedindo ajuda justamente porque acreditava que ela aceitaria o acordo que está no autos do processo. Ela disse ontem em um programa de fofoca que eu dei pra trás e não cumprir o acordo. É mentira. Está nos autos do processo que ela não aceitou”, explica.

Bruno diz que “acredita, em nome de Jesus, que com a força do público vou conseguir pagar". "Só preciso de mais alguns dias. Eu ainda rifei as únicas camisas que me restaram do Flamengo! Devagarinho e com a força de Deus vamos chegar lá”, projetou.

Rifas de camisas

Nessa terça, horas após o julgamento no Tribunal do Rio de Janeiro, Bruno também lançou duas rifas de camisas do Flamengo. Cada sorteio tem 1.000 números e cada um custa entre R$ 30 e R$ 50. Em entrevista recente à O TEMPO, o atleta disse que também tenta negociar uma loja de açaí que tinha aberto em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, onde mora com Ingrid e uma filha do casal. 

A reportagem também procurou a advogada de Bruno, Priscila Bockorny, sobre possíveis novos recursos, mas não foi respondida.