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Kalil sobre reabertura de BH: ‘Estamos começando a ver uma luz no fim do túnel’

Após reunião de duas horas, prefeito de BH não definiu data para reabertura do comércio da cidade

Por Rafaela Mansur
Publicado em 30 de julho de 2020 | 15:59
 
 
Kalil Foto: Flavio Tavares / O TEMPO

Os representantes do comércio de Belo Horizonte deixaram a reunião realizada com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na tarde desta quinta-feira (30) sem definição de data para a reabertura das atividades, mas otimistas de que isso ocorra ainda na próxima terça-feira, dia 4 de agosto, antes do Dia dos Pais. O próprio prefeito disse que os números da Covid-19 na capital estão "mais animadores".

A principal preocupação é, ainda, a ocupação de leitos de UTI exclusivos para coronavírus na cidade, que está em 90,7%. Uma nova coletiva da prefeitura está prevista para esta sexta-feira (30).

Kalil disse que ficou "muito feliz" com a reunião e ressaltou que o Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) continua ao lado da prefeitura. Na quarta-feira (29), a entidade informou que cogitava abandonar as negociações com o município caso o comércio seguisse fechado na próxima semana.

"A partir desta semana, começamos com números mais animadores, apesar do índice alto de ocupação (dos leitos de UTI Covid). Não tem astrologia aqui, nós já combinamos, vamos nos reunir, em todos os momentos eles estarão na mesa sendo informados de tudo, todos os números, da ciência e da probabilidade para que a cidade seja aberta", afirmou Kalil.

Ele disse que não vai participar da coletiva de sexta-feira e que ela será mais "objetiva". "Queria pedir para o povo de BH ficar em casa, porque estamos começando a ver uma luz no fim do túnel", completou o prefeito.

De acordo com o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato, há expectativa de reabertura do comércio a partir da próxima semana. "Estamos com esperança de abrir no dia 4 para pegar um pouco do fluxo do Dia dos Pais. Esta seria uma data otimista. Uma data pessimista seria na outra semana", disse.

Segundo Donato, mais da metade do quadro de funcionários do comércio de Belo Horizonte já foi demitida. Ele voltou a ressaltar a importância para o sindicato de que todos os segmentos reabram juntos, de uma única vez.

"Estamos entendendo que vamos abrir todos juntos, isso é fundamental, o comércio funciona junto, não dá para abrir uma parte e outra não. E acho que ele (o prefeito) conseguiu entender isso, isso já foi uma vitória para a gente", pontuou. A proposta do Sindilojas-BH é que os estabelecimentos funcionem quatro dias por semana.

70 pontos de BH podem ser fechados para funcionamento de bares e restaurantes

A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) está mapeando cerca de 70 pontos para o fechamento de quarteirões, quando bares e restaurantes puderem abrir na cidade, segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb), Paulo Pedrosa. A ideia é que as mesas sejam espalhadas nesses locais, de forma a facilitar o distanciamento entre os clientes.

"A boa notícia é que o prefeito disse que não serão 50 quarteirões, serão 70, que a BHTrans está mapeando", afirmou Pedrosa. Esses locais ainda serão divulgados.

"Saí muito otimista em relação à abertura para semana que vem, nossa solicitação é de quinta-feira a domingo. Se não for possível atender bares, restaurantes e lanchonetes, sugerimos abrir restaurantes, até pela aproximação do Dia dos Pais", afirmou.

Segundo Pedrosa, o delivery tem garantido cerca de 20% da renda de parte do setor de bares e restaurantes, que já registrou em torno de 9.000 demissões em Belo Horizonte. No setor de hotelaria, foram 5.000.

O presidente da Associação dos lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais), Marcelo de Oliveira Nunes, também participou da reunião e informou que em torno de 70% dos funcionários de malls já foram demitidos desde o início da pandemia.

"Os lojistas de shopping estão sentindo mais do que os outros porque não abriram em nenhum desses 133 dias de fechamento. É uma situação extremamente difícil, muitas lojas de shopping não vão reabrir", lamentou.

CDL-BH reclama de falta de respostas da prefeitura

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que não foi convidada para a reunião com a prefeitura, criticou a falta de previsão para a abertura do comércio na cidade.

"O que a gente lamenta mesmo é que mais uma vez ficamos sem resposta para uma pergunta que milhares de pessoas em nossa cidade, principalmente empreendedores que estão já no limite de suas forças para manter os seus negócios e trabalhadores que já perderam seus empregos ou estão prestes a perder, querem saber: quando vamos reabrir o comércio?", diz nota da entidade.

Coletiva

Na coletiva desta sexta-feira, está prevista a participação dos secretários municipais de Saúde, Jackson Machado Pinto; de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis; de Fazenda, João Fleury Teixeira; de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato e de Política Urbana, Maria Caldas.

Matéria atualizada às 19h35.