Flexibilização em pauta

PBH realiza nova reunião com representantes do comércio nesta quinta-feira

Sindilojas-BH pode abandonar negociações caso atividades permaneçam fechadas; prefeito Alexandre Kalil diz que abertura depende de indicadores epidemiológicos

Por Rafaela Mansur
Publicado em 29 de julho de 2020 | 20:45
 
 
 
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Após um mês de fechamento total do comércio não essencial na capital, o Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) informou que pode abandonar as negociações com a prefeitura caso o Executivo não aceite a proposta de reabertura das atividades a partir da próxima semana. O prefeito Alexandre Kalil (PSD) deve se reunir com a entidade nesta quinta-feira (30). Ele voltou a reforçar que a abertura depende dos indicadores epidemiológicos.

Nesta terça-feira (28), o presidente do sindicato, Nadim Donato, já participou de uma reunião com Kalil e o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis. "Eu falei para o prefeito que não aguentamos mais, não tem condição. Ele explicou a questão dos leitos, mas nós não podemos pensar nisso mais, o comércio já pensa em leitos há quatro meses. Nossa proposta é de abertura de todo o comércio, não aceitamos abrir uns e outros não. E queremos abrir no dia 4 para pegar o dia dos pais, já perdemos várias datas importantes", afirma Donato.

Atualmente, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para Covid-19 estão com taxa de ocupação de 91% e, os de enfermaria para pacientes de coronavírus, de 69%. A cidade tem 19.112 casos e 482 óbitos confirmados.

A proposta do Sindilojas-BH é de abertura dos estabelecimentos quatro dias por semana, e de fechamento em três. Segundo Donato, o sindicato já analisou os protocolos criados pela prefeitura para a abertura do comércio, como os de vestuário e shoppings. "Já está tudo ajustado. Todos os comerciantes estão sabendo de todos os protocolos, e quem não estiver cumprindo que seja multado", pontua.

De acordo com Donato, se a prefeitura não aceitar a proposta, a entidade pode deixar a mesa de negociações. "Não tem outra saída, não tem mais o que negociar. O Sindilojas-BH sempre foi propositivo, o tempo inteiro não criticamos, não questionamos, sempre escutamos e fizemos propostas, não tem mais o que fazer. Estamos há 130 dias fechados, precisamos abrir", diz. Segundo ele, as medidas a serem adotadas pelo sindicato, caso isso ocorra, aina estão sendo estudadas.

O prefeito Alexandre Kalil afirmou a O TEMPO que o que vai determinar a reabertura ou não das atividades são os indicadores epidemiológicos da Covid-19. "Nosso negócio é UTI e morte, com leitos (ocupados com pacientes) vindos de Pedro Leopoldo, Vespasiano, nós acolhemos toda a região nossa. Se deixarem a mesa de reunião quem perde são eles, porque eles poderiam nos dar ideia, nos ajudar. Pressão não vai fazer nada, só vão sair da mesa, vão prejudicar a população de Belo Horizonte. Mas o Nadim é meu amigo, o Sindilojas sempre foi muito coerente, eu espero que a coerência continue", declarou.

"Vai depender do boletim epidemiológico. Ninguém quer abrir a cidade mais do que o prefeito", concluiu Kalil.

Sindhorb propõe fechamento de 50 quarteirões para bares e restaurantes

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb) propõe que cerca de 50 quarteirões sejam fechados para a reabertura de bares e restaurantes na capital. A proposta é de que ruas sejam fechadas em locais com maior concentração de bares e restaurantes para que as mesas sejam espalhadas e as regras de distanciamento, cumpridas.

"Nós estamos reivindicando pelo menos 50 pontos. Eu disse para o prefeito que não podemos perder o título da capital de bares", diz o presidente do sindicato, Paulo Pedrosa. Segundo ele, a ideia é que quarteirões sejam fechados em bairros como Lourdes, Sion, Santa Tereza, Centro, Barreiro, Cidade Nova, entre outros. "Estamos aguardando uma definição. Está na hora de abrir, não estamos aguentando mais", completou.

Questionada sobre o assunto, a BHTrans informou que "o mapeamento e a análise das vias estão em andamento e, quando concluídos, serão divulgados".

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