Arrependido e alegando passar necessidades. Assim, um criminoso de de 25 anos justificou ter sequestrado uma mulher no bairro Céu Azul, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ele, que foi preso nesta quarta-feira (21), no dia do crime chegou a reclamar com a vítima que na conta bancária dela tinha uma "mixaria" de R$ 500. 
 
O caso aconteceu no dia 10 de agosto após a mulher, de 32 anos, sair de um sacolão. "O crime foi a luz do dia, antes do almoço. Ele a espreita e, quando a senhora parou o veículo no sinal, foi o momento oportuno para agir. Ele abriu a porta traseira, colocou uma faca na barriga da vítima e mandou ela deslocar. Ao longo do caminho, ele faz ameaças de morte, que iria esquartejá-la. Em um certo ponto do trajeto, ele a amordaçou e a colocou no porta-malas", explicou o delegado José Olegário, da 2 Delegacia de Polícia Civil em Venda Nova. 
 
Em seguida, ele se dirigiu ao banco, onde sacou o dinheiro. A vítima foi abandonada em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital. 
 
"Depois, ele abandonou o carro. E aí vem mais uma vez a ousadia: ele pegou as sacolas da vítima do sacolão e da farmácia e levou com ele. O indivíduo tem passagens por roubo, violência doméstica e envolvimento com o tráfico de drogas", detalhou o policial.
 
Após o crime, a vítima, segundo o delegado, ficou traumatizada, tem medo de sair de casa sozinha e não dirige mais. O homem vai responder por roubo qualificado.
 
Desemprego, pandemia e dívidas
 
Em conversa com a imprensa, o suspeito chorou e afirmou estar arrependido. Segundo ele, a "necessidade" levou ao crime. Técnico de refrigeração, ele disse que foi mandado embora no começo da pandemia do Coronavírus. 
 
"Foi o primeiro e último crime que cometi na minha vida. Eu sempre trabalhei, com essa pandemia fui mandado embora. O dinheirinho que tinha, aluguei um carro para trabalhar de aplicativo. Sofri um assalto, apanhei, os bandidos bateram o carro, que é avaliado em R$ 45 mil. A locadora estava me cobrando 10% do valor do veículo. Eu não tinha R$ 4,5 mil. Eles me ligavam todos os dias, as contas estavam chegando e eu cometi essa loucura (o roubo)", afirmou o suspeito. 
 
O homem ainda pediu perdão à vítima. "Errar é humano. Agora é pagar pelo erro. Quero pedir perdão para à vítima, mas foi um momento de desespero", finalizou.