Operação 'Book Rosa'

Mãe e filha são presas por exploração sexual em Poços de Caldas

Entre as vítimas, estava um menor de 17 anos, que é filho de uma das acusadas e neto da outra; suspeitas permaneceram caladas durante a ocorrência

Por CAMILA KIFER
Publicado em 05 de abril de 2017 | 15:06
 
 
Mãe e filha são presas por exploração sexual em Poços de Caldas Divulgação / PC

As responsáveis por um esquema de agenciamento de adolescentes e jovens pela internet para prostituição foram presas pela Polícia Civil durante a operação "Book Rosa" desencadeada em Poços de Caldas, no Sul do Estado, na manhã desta quarta-feira (5).

A investigação teve início depois que o pai de uma garota de programa, maior de idade, procurou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e denunciou o crime.

Nestes quase três meses de investigação, a polícia confirmou a denúncia e descobriu que as acusadas são mãe e filha. Também foi identificado que os programas eram combinados por aplicativos de celular e também por um blog na internet.

O esquema era totalmente arquitetado pela dupla. Primeiro, as criminosas anunciavam os jovens, como se fossem objetos, deixando fotos deles pelados no site. Em seguida, mantinham contato com os interessados pelo próprio site ou pelo app do celular. Por mim, os programas eram realizados na casa das suspeitas.

"Quando identificamos essa garota de programa maior de idade, ela confirmou o crime e disse que há um ano trabalha nesta casa. Ela ainda explicou que cobrava R$200 por cada relação sexual, sendo esse valor dividido entre ela e as agenciadoras. Depois conseguimos identificar as donas dessa residência onde o crime acontecia", explicou o delegado Cleyson Brene, responsável pelo caso. 

As investigações ainda revelaram que um adolescente de 17 anos, que é filho de uma das donas das agenciadoras e neto da outra, e outra menor, de 15 anos, também eram explorados sexualmente.

"O menor não foi localizado pela polícia. Fomos informados que ele não estava na cidade. Já a adolescente confirmou toda a denúncia e contou que há quatro meses trabalhava para a dupla", revelou o delegado.

Nesta manhã, uma operação foi desencadeada para o cumprimento do mandado de prisão temporária contra as duas, que acabaram detidas. Nos celulares das duas, militares encontraram as fotos e as conversas que elas mantinham com os clientes.

Mesmo com as provas do crime, mãe e filha permaneceram caladas durante a prisão. Caso sejam condenadas por exploração sexual de adolescentes, elas podem pegar de 4 a 10 anos de reclusão.

Após a prisão, elas foram encaminhadas para o sistema prisional.