Mais seis rótulos produzidos pela cervejaria Backer foram identificados com contaminação por dietilenoglicol e monoetilenoglicol. A informação foi confirmada, nesta quinta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento, por meio de nota. 

Segundo a pasta, ao todo oito produtos da cervejaria Backer tiveram confirmação da contaminação. O órgão ainda afirmou que todos os rótulos analisados até o momento apresentaram presença de uma das duas substâncias, ou seja, mais 13 rótulos produzidos pela cervejaria ainda serão analisados. 

Quais são

Além das marcas Belorizontina e Capixaba, divulgados anteriormente, foram encontradas as substâncias tóxicas nas marcas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.

Até o momento, as análises realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária constataram 21 lotes contaminados.

A pasta ainda reitera que todos os produtos fabricados pela cervejaria Backer já estavam e continuam sendo retirados do mercado, por recolhimento feito pela própria empresa e por ações de fiscalização e apreensão dos serviços de fiscalização. 

Veja quais cervejas estão contaminadas
Marca Lote Dietilenoglicol Monoetilenoglicol
Belorizontina L2 1354 Presente Presente
Belorizontina L2 1348 Presente Presente
Capixaba L2 1348 Presente Presente
Belorizontina L2 1197 Presente Presente
Belorizontina L2 1604 Presente  Ausente
Belorizontina L2 1455 Presente Ausente
Belorizontina L2 1464 Presente Ausente
Capitão Senra L2 1609 Presente Ausente
Capitão Senra L2 1571 Presente Ausente
Pele Vermelha L1 1448 Presente Ausente
Pele Vermelha L1 1345 Presente Ausente
Fargo 46 L1 4000 Presente Ausente
Backer Pilsen L1 1549 Presente Ausente
Backer Pilsen L1 1565 Presente Ausente
Brown 1316 Presente Ausente
Backer D2 L1 2007 Presente Ausente
Belorizontina L2 1593 Presente Presente
Belorizontina L2 1557 Presente Presente
Belorizontina L2 1604 Presente Presente
Belorizontina L2 1474 Presente Presente
Belorizontina L2 1546 Presente Ausente
Belorizontina L21487 Presente Ausente

Contaminação por água

A água usada diretamente na fabricação das cervejas da Backer está contaminada por dietilenoglicol, segundo perícia do Mapa. Na prática, isso significa que o líquido que serve como base da produção de todos os rótulos da empresa, incluindo a Belorizontina que seria a responsável pela intoxicação de pelo menos 18 pessoas, estaria impróprio para o consumo. 

A informação foi dada em coletiva de imprensa na tarde dessa quarta-feira (15), pelo coordenador geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Vitor Müller. 
 
Hipóteses investigativas

O Mapa trabalha com três hipóteses para a contaminação: sabotagem, vazamento e uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de refrigeração do sistema.

A fiscalização encontrou um uso elevado do produto, que é utilizado no sistema de refrigeração. De acordo com o Mapa, 15 toneladas do produto foram compradas pela cervejaria desde 2018. Como a refrigeração é um sistema fechado, não haveria justificativa para essa aquisição em grande escala.