Protesto

Manifestantes deixam rastro de destruição na praça da Liberdade

Após confronto com a PM, manifestantes quebraram pontos de ônibus, invadiram a sede do Detran e até quebraram janelas de um edifício

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO/BRUNA CARMONA
Publicado em 12 de junho de 2014 | 17:54
 
 
Prédios residenciais no entorno da praça também chegaram a ser depredados Tâmara Teixeira/Web Repórter

Durante o protesto antiCopa realizado na tarde desta quinta-feira (11), o entorno da praça da Liberdade, no bairro Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, acabou ficando marcado pelo rastro de destruição de alguns manifestantes. Quando o grupo formado por cerca de 500 pessoas chegou ao local, onde fica o relógio da Copa, policiais atiraram uma bomba para dispersá-los e acabou tendo início um conflito.

Segundo as informações da Polícia Militar (PM), a praça já foi evacuada, sendo que o relógio, o Palácio da Liberdade e outros prédios públicos ficaram protegidos.  Entretanto, a sede do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) e o prédio de design da  Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) acabaram sendo bastante atingidos pelos manifestantes. Uma viatura da Polícia Civil chegou a ser tombada e o prédio do Detran foi pichado.

Algumas obras em frente ao cinema Belas Artes, na rua Gonçalves Dias, também sofreram com a ação de alguns vândalos. Uma caçamba foi virada, para obstruir a via e areia foi espalhada pelo local. O cinema também chegou a ser depredado, tendo a porta de vidro da entrada estilhaçada por manifestantes que tentaram entrar no local. Nesta quinta-feira o cinema não funcionará, mas estará aberto durante o restante da Copa. 

Bares e restaurantes da região recolheram mesas e cadeiras para evitar maiores problemas. Pontos de ônibus também foram destruídos. Um prédio do entorno da praça chegou a ter janelas quebradas por pedras lançadas por vândalos que participavam do protesto.

A moradora de um dos apartamentos atingidos, uma empresária, de 34 anos, relata tudo o que viu. "Sou moradora de um andar mais acima e vi os manifestantes pacíficos chegarem. Os policiais estavam parados na praça e eles começaram a gritar, xingando. Quando chegaram mais perto, os policiais jogaram uma bomba no meio da rua para dispersá-los e os pacíficos começaram a descer", contou.

Foi então que um grupo de cinco mascarados começou a quebrar o canteiro central da avenida João Pinheiro e jogar pedras nos policiais. "De repente, estes cinco criminosos começaram a jogar pedras no nosso prédio. Nós começamos a gritar que era casa de família, trabalhadores, e os manifestantes mesmo pediram para eles pararem. Várias janelas do prédio ficaram quebradas, inclusive da minha casa", lembrou a empresária.

A mulher afirma que apoia as manifestações pacíficas desde o ano passado. "Fomos atacados na privacidade da nossa casa. Não podemos deixar que um grupo de covardes transformem todas as manifestações em bagunça. Tem que separar essas pessoas do resto. Eles precisam entender que somos trabalhadores, não somos artistas, políticos e muito menos donos de banco", protestou. A PM foi até a casa da mulher e registrou um boletim de ocorrência.

Praça Sete

A maior parte dos manifestantes se dispersou após o confronto, sendo que neste momento um grupo de cerca de 100 pessoas se concentra na praça Sete, no Centro, onde fizeram uma fogueira. Durante o confronto, um fotógrafo de 52 anos, da Reuters, acabou atingido por um objeto não identificado e foi socorrido ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII com um traumatismo craniano leve.

Segundo a assessoria do hospital, o quadro do jornalista é estável e ele ficará em observação nas próximas horas. As avenidas Amazonas, Afonso Pena e João Pinheiro estão fechadas pela PM. 

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Atualizada às 18h02