Em meio às supostas denúncias de tentativas de sequestro de crianças em parques e shoppings de Belo Horizonte, familiares estão com medo de, por um deslize, perder os pequenos de vista. De acordo com a presidente do Departamento de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luci Pfeiffer, a segurança deve ser prioridade, principalmente durante este período de férias de julho. Veja abaixo algumas dicas da especialista.
1. Não se esqueça: criança é curiosa
Pfeiffer afirma que, por mais que a criança pareça mais autônoma, ela não deixa de ser curiosa com o mundo, ainda mais em lugares públicos e eventos infantis. “Quando mais nova, mais curiosa. Mas mesmo as mais crescidas, de 12, 13 anos, também são. As crianças querem explorar o ambiente, não tem noção do perigo. Por mais que pais e mães avisem, se algo chamar atenção, os pequenos vão atrás sem pensar”, alerta. “É claro que existem violadores em todo lugar, e eles vão oferecer atrativos. Por isso, os responsáveis precisam estar sempre atentos”.
2. Não solte a criança
A especialista reforça que, quanto mais próximo e atento o responsável estiver dos pequenos, menor o risco de perdê-los. E esse cuidado é diferente para cada idade das crianças. “Por exemplo, no caso de bebês, o ideal é no colo. Se está no carrinho, que esteja o mais próximo ao corpo e de uma forma que a pessoa consiga enxergar o neném”, diz. “Quando começam a andar, querem correr, explorar o ambiente, sair na frente. Mas não pode deixar. Criança é de mão dada, sempre, isso é um hábito a ser criado”, afirma.
Até mesmo para as crianças maiores, as mãos dadas e a atenção não podem ser dispensadas. “As crianças precisam de atenção. Não é adequado levá-las em lugares abertos ou públicos sem ter total controle da sua segurança. Às vezes, os pais deixam os pequenos de 10, 12 anos, irem pegar lanches sozinhos na praça de alimentação. Isso é um risco, uma vez que, se algo acontecer, a criança não tem como se defender”.
3. Converse com a criança
O adulto é a referência para um pequeno. Conversar com ele é o caminho ideal para que aceite os cuidados em ambientes públicos. “Conversar com a criança cria um laço de confiança, de cumplicidade. É claro que, muitas vezes, ela não vai entender, realmente, os riscos ali presentes. Mas é uma forma de se apresentar como alguém de confiança, um refúgio para ela”, explica Luci Pfeiffer.
4. Não se responsabilize por muitas crianças ao mesmo tempo
“Se a regra é andar de mãos dadas, com muitas crianças, vai faltar mão”, brinca Pfeiffer. Segundo a especialista, o ideal é que, em um passeio, tenha pelo menos um adulto para cada duas crianças. “Não dá para uma pessoa sozinha andar junto com cinco pequenos, ela vai ter que soltar alguns. E isso já é um risco. É divertido levar os amigos do filho para passear junto, mas é preciso ter esse olhar para a segurança e escolher um lugar com menos dispersão”.
5. Fuja das distrações
Luci Pfeiffer chama a atenção para distrações que podem afastar os adultos do controle das crianças em eventos e passeios. “Às vezes, os pais e responsáveis se ocupam em conversas de adulto, ou ficam no celular, esses que são grandes inimigos. Quando percebem, em questão de minutos, perderam a criança. Precisamos nos lembrar que estar junto dos pequenos é um momento especial e único, que realmente tem valor”, diz.
6. Deixe uma identificador
Em caso de perda em lugares cheios, como parques, clubes e shoppings, um identificador pode ajudar a encontrar as crianças mais rápido. “Identificação é excelente. Seja uma pulseirinha, alguma coisa no corpo ou na mochila, o importante é que esteja escrito o nome da criança, da família e um telefone de contato”.