O Ministério Público de Minas Gerais (PMMG) instaurou procedimento investigatório criminal para apurar prática de racismo pelo apresentador Stanley Gusman, da TV Alterosa, afiliada do SBT.

Na terça-feira (09), durante o programa “Alterosa Alerta”, ele disse ao vivo, em conversa com o repórter Rafael Martins, “que o nome do cara é Montenegro! Se ele fosse bom, seria Montebranco!”, referindo-se ao ex-diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro.

A Promotoria de Direitos Humanos já requisitou as imagens da TV Alterosa, para análise, e somente depois vai decidir o andamento do processo. O primeiro dele seria intimar o apresentador para prestar depoimento no MPMG.

Na quarta-feira (10), o repórter Rafael Martins, que também é deputado estadual, pediu demissão da emissora.

O caso ganhou grande repercussão na internet e o apresentador recebeu várias críticas e foi chamado de racista, de criminoso e de sem caráter.

Stanley chegou a pedir desculpas em seu programa, no programa do dia seguinte, mas os internautas querem a saída dele da TV.

Já o repórter Rafael Martins, que ao ouvir o comentário do apresentador limitou-se a dizer “Nossa mãe”, disse, em sua página no Facebook, que nunca se sentiu “tão constrangido como na edição de terça-feira”.

A Polícia Civil informou que trata-se de um crime de injúria racial, mas que depende de uma representação de vítima para abrir inquérito, o que não aconteceu até o momento.

Caso alguém entre com uma representação, a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Racismo, de LGBTFobia e de Intolerância (Decrin) vai assumir o caso. A pena de injúria racial é de um ano a três anos de reclusão, e multa.

A reportagem tentou falar com o apresentador e não conseguiu. A TV Alterosa não quis se manifestar. Stanley continua apresentando o programa dele normalmente.