Ação

MPMG pede bloqueio de bens da Backer para resguardar vítimas

Segundo a promotora do caso, objetivo é garantir a indenização e o suporte imediato às pessoas intoxicadas por dietilenoglicol

Por Franco Malheiro
Publicado em 11 de fevereiro de 2020 | 19:09
 
 
Policiais Civis em visita à Cervejaria Backer, no bairro Olhos D'Água, no Barreiro Foto: Uarlen Valério / O Tempo

O Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação judicical contra a cervejaria Barker pedindo bloqueio dos bens da empresa para resguardar que eles sejam usados exclusivamente na reparação dos danos causados aos consumidores que beberam cerveja contaminada com dietilenoglicol e monoetilenoglicol. A medida foi ajuizada, na tarde desta terça-feira (11), pela 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.    

Caso a medida seja acatada pelo TJMG, a empresa será obrigada a arcar com o tratamento médico e demais gastos das vítimas e seus familiares.

Além disso, a ação pede que a Backer ofereça suporte psicológico e pagamento de salários para aqueles que estão impossibilitados de trabalhar.

A ação do MPMG também pede disponibilização de um canal de informação, por parte da cervejaria, para informar todos os consumidores sobre o que fazer diante do risco.

De acordo com a promotora de Justiça, Silvia Altaf Cedrola, o objetivo da ação  é resguardar a indenização e o suporte imediato às vítimas. Segundo a promotora, a cervejaria Backer não obedeceu o prazo acordado com o MPMG, e até o momento não ofereceu nenhum suporte aos afetados.  

No dia 31 de dezembro, representantes da empresa se reuniram com familiares de vítimas no MPMG e ficou acordado que a Backer deveria se reunir individualmente com cada família e em 72h apresentar uma resposta. Os familiares afirmaram que após o vencimento do prazo estipulado, nenhum contato ainda teria sido feito. Na segunda-feira (10), os parentes de vítimas divulgaram uma carta aberta acusando a postura da empresa. 

Procurada pela reportagem, a Backer informou que ainda não foi notificada a respeito da ação. A empresa reafirmou ter compromisso em prestar todo o suporte possível aos pacientes com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol e garantiu que cumprirá todas as determinações das autoridades.

Investigações

Até o momento, ao menos 34 casos de pessoas com suspeita de dietilenoglicol após terem consumido cervejas da Backer são investigados pela Polícia Civil. 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indentificou a presença das substâncias tóxicas em 10 rótulos, de 41 lotes da cervejaria. 

A PC informou que 29 pessoas, entre vítimas e familiares, já foram ouvidas pela investigação, e o inquérito ainda não tem prazo para ser concluído.