Injúria

Mulher diz ter sido chamada de 'piranha e vagabunda' por PM no Mineirão

Ela acompanhava o duelo entre Cruzeiro e Palmeiras, que culminou no rebaixamento da Raposa para a Série B, quando foi atacada pelo policial

Seg, 09/12/19 - 16h36
Incidentes contribuíram para o Cruzeiro perder sete mandos de campo no Campeonato Brasileiro deste ano | Foto: João Godinho / O Tempo

Uma mulher de 39 anos afirmou ter sido vítima de injúria por um policial militar durante a confusão que se estabeleceu no Mineirão nesse domingo (9) em virtude do rebaixamento do Cruzeiro para a série B. De acordo com a contadora Prisla Hossth, o policial a chamou de “piranha e vagabunda” enquanto ela saía do estádio com seus familiares.

A mulher afirmou que estava no setor amarelo do estádio quando torcedores começaram a correr para o local onde ela estava com a cunhada, o marido e o cunhado. Segundo ela, todos eles permaneceram de mãos para o alto pedindo para que os torcedores tivessem calma e não corressem, mas, após começar a se sentir mal devido a uma crise de ansiedade, ela subiu para a parte superior para fugir da confusão.

Foi neste momento que, segundo ela, um policial militar ordenou que a família descesse novamente e saísse do estádio, uma vez que o local estava sendo evacuado devido ao tumulto e as brigas. Impaciente, ele teria a chamado de “piranha e vagabunda”.

“Quem começou toda a confusão foi a PM. Chegaram jogando bomba na parte superou da arquibancada no setor amarelo, o que fez as pessoas se desesperarem e descerem correndo. Jogaram bombas. Eu e minha família assim colocamos as mãos para o alto demostrando a eles o respeito e, como dei uma crise de ansiedade e o pau estava quebrando no holl, meu marido achou melhor sentarmos e aguardarmos antes de sair.

Foi ai que o policial despreparado chegou pedindo para evacuar e eu pedindo a ele que esperasse pois estava passando muito mal, eu estava em crise e vomitando precisando de ajuda. Disse que assim que melhorasse íamos descer. Foi quando ele proferiu a mim as palavras ofensivas. Meu marido foi me defender e ele ainda falou em prendê-lo”, contou Prisla.

Segundo a contadora, a confusão começou nos minutos finais do jogo mas, na visão dele, foi iniciada pela própria PM. “Começou nos exatos 34 minutos do segundo tempo. A máfia começou a cantar aos 28 minutos e assim que acabou eles já chegaram batendo e agredindo todo mundo. Eles tiraram de nós, torcedores, o direito de apoiarmos o nosso time até o final. Roubaram o direito de milhares de pessoas de bem que ali estavam por amor, indiferente da situação”, disse.

Prisla recebeu socorro médico logo após desmaiar e foi medicada. Segundo ela, a família tentou descobrir junto ao comandante o nome do policial que teria realizado os xingamentos, mas o mesmo não foi informado. “Tenho uma gravação que é de quando ele discute com meu marido. Mas essa eu irei usar junto a promotoria da Polícia Militar, para descobrir o dito cujo, pois o mesmo estava com o nome incoberto para ninguém ler”, afirmou a mulher. 

A reportagem pediu um posicionamento da Polícia Militar sobre o caso e aguarda o retorno da corporação.

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