Terror

No hospital, atirador de Paracatu diz à Polícia não lembrar o que aconteceu

Rudson Aragão Guimarães, que matou quatro pessoas, será interrogado formalmente quando os efeitos da sedação passarem

Por Carolina Caetano (enviada especial a Paracatu)
Publicado em 22 de maio de 2019 | 20:52
 
 
Rudson Aragão Guimarães matou quatro pessoas Foto: Facebook/reprodução

Paracatu. Internado no Hospital Municipal de Paracatu, onde passou por cirurgia, Rudson Aragão Guimarães, que matou quatro pessoas em ataque a igeja evangélica nessa terça-feira (21), afirmou que não se lembra do que aconteceu. A informação foi repassada pela delegada de Polícia Civil Thays Regina Silva nesta quarta (22).

"Os médicos estavam tirando a sedação, ele não teve condições de prestar informação. Ele me falou algumas coisas, mas nada relacionado ao fato. Questões sobre esse afastamento dele da igreja, mas de forma muito incoerente, então nós vamos aguardar essa retirada total da sedação, que ele tenha condições de prestar esclarecimentos a respeito dos fatos para que ele seja interrogado. Aí eu vou realizar o interrogatório dele, pra já compôr os altos também", explicou a policial. 

Registros policiais 

Rudson, segundo a polícia,  possui um registro no artigo 34, da lei de combate ao tráfico de drogas. Com relação a crimes no âmbito de violência doméstica contra Heloísa ou outras mulheres, nada foi encontrado em desfavor do homem.   

"Algumas pessoas já ouvidas relataram esse comportamento dele bastante peculiar. Ele é um homem bem difícil, que tinha esse histórico de dependência química, bastante temperamental, mas que ontem ele estava muito agitado. Porém agressões físicas e ameaças expressas, não há relatos. Mas como eu disse, as investigações estão iniciando, iniciaram ontem, então isso pode mudar também. Nós vamos analisar os telefones das vítimas, então tem muito ainda para ser esclarecido. Estamos caminhando", frisou a delegada. 

O atirador foi autuado por quatro crimes de homicídio qualificado, por motivação fútil e impossibilidade de resistência das vítimas, acumulado com homicídio também qualificado na forma tentada contra o pastor.

Culto seria em intercessão de criminoso 

O culto realizado na casa da família de Rudson, em que a ex-namorada dele participava,  seria em intercessão do atirador para que ele pudesse sair do vício das drogas.

"Soubemos pelos familiares que há dois dias ele estava muito agitado. Ainda não sabemos qual droga ele usa, mas a família disse que ele já havia sido internado em data anterior para tratar a dependência química. Também estamos investigando se ele usou alguma droga antes dos ataques", disse a delegada. 

Segundo ela, mãe e irmã do criminoso conversaram com a polícia ainda no dia dos crimes. No entanto, estavam em estado de choque e afirmaram que não imaginariam que o homem pudesse praticar os atos. Elas devem ser ouvidas na delegacia posteriormente. 

Vídeo

A Polícia Civil teve acesso as imagens de monitoramento das câmeras de segurança da igreja. Um trecho, com menos de dois minutos, do momento em que Rudson chega ao imóvel, foi divulgado pela corporação. "Ele ficou cerca de 12 minutos lá dentro. O restante do vídeo contém cenas fortes, que não serão divulgadas", finalizou a policial.