PELO SUS

Pacientes em caso grave esperam por dias na fila de transferência

Uma criança que estava no hospital em situação de urgência precisou de sete dias até ser transferido pelo SUS para a Santa Casa

Por JULIANA BAETA
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 | 14:20
 
 
Crianças esperam por dias no hospital de Ibirité para serem transferidos pelo SUS web repórter

Após passar uma semana no corredor do hospital de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, uma criança de 12 anos que estava em situação de urgência conseguiu a transferência pelo SUS para a Santa Casa. A prima da criança, que não será identificada, conta que a situação do hospital é precária e que muitas crianças estão na mesma situação. O hospital alegava que não havia leitos suficientes para a transferência.

"Minha tia estava lá com o filho dela de 12 anos, desde o dia 15 deste mês, com um problema nos rins e o próprio hospital havia dado o caso dele como urgente. Já houve o caso de falecimento de uma criança na rampa de transferência por causa da demora nesse processo. Assim como o meu sobrinho, outras várias crianças estavam na fila da transferência na mesma situação que ele", conta.

A Secretaria de Saúde de Ibirité informou que todos os pacientes que aguardam transferências para hospital de maior porte estão sendo monitorados, medicados, passando por exames e já cadastrados na Central de Leitos do SUS Fácil, do Estado. "A transferência depende da disponibilidade das vagas. O garoto de 12 anos citado pela reportagem foi cadastrado no dia 16 de fevereiro e aguardava por vaga em alguma unidade de saúde especializada em problemas renais", esclarece.

Já a Secretaria Estadual de Saúde (SES), informou que um caso de transferência funciona da seguinte forma: "o paciente é registrado no Sistema SUS fácil da SES, via internet, pelo município. O pedido é analisado por um médico regulador, que avalia diversas situações: a coerência das informações repassadas, o diagnóstico, sintomas, procedimento solicitado, vagas em hospitais do próprio município, só depois se considera a necessidade de transferência para outro município ou outra macro região. O critério para priorizar os casos é a gravidade do paciente".

Além disso, o órgão esclareceu que os pacientes não são internados nas UPAs, já que nestas unidades, os casos são resolvidos nas primeiras 24 horas. Quanto aos casos graves, eles "são encaminhados dentro deste período para hospitais mais complexos, em que a entrada do paciente se dá por meio da regulação. Já os casos que forem de pequena gravidade deverão ser encaminhados para uma unidade hospitalar básica", completa.