Sentençã

Pai do menino João Miguel é condenado a 7 anos de prisão por estelionato

Matheus Henrique Leroy Alves foi considerado culpado por desviar cerca de R$ 500 mil destinados para o tratamento do filho, portador de síndrome rara

Seg, 09/12/19 - 21h53

Acusado de desviar R$ 473 mil de campanha para tratamento do filho, o pai do menino João Miguel, Matheus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, foi condenado a 7 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo crime de estelionato. A criança sofria de uma doença rara chamada muscular espinhal (AME) e morreu há dois meses. O pai já se encontrava preso preventivamente, desde julho deste ano (2019). 

Como consta na decisão judicial, o réu o e sua esposa organizaram a campanha para arrecadação de dinheiro para o tratamento do filho João Miguel, devido ao alto custo das medicações. O valor arrecadado ultrapassou um milhão de reais, que, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público, foi desviado, por Matheus, R$ 473 mil para benefício próprio.  

Na época, o condenado se mudou para Salvador, na Bahia  e vivia uma vida de luxo. Conforme a denúncia, o dinheiro gasto por Matheus deveria ser utilizado no tratamento do filho, mas acabou sendo empregado em roupas de marca, garotas de programa, inclusive, foi cogitado pelo réu, a construção de um prostíbulo.

Diante de todas as denúncias, o Juiz determinou na sentença que réu cumpra 7 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo crime de estelionato. Matheus foi absolvido na sentença pelo crime de abandono material, que é quando há sonegação de provimento de subsistência ao cônjuge e ao filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho. 

Além disso, ficou decidido que o réu siga preso preventivamente durante o decorrer do processo em outras instâncias. O dinheiro arrecadado na campanha está bloqueado pela Justiça.

Relembre

Em julho deste ano (2019), a mãe da criança procurou a delegacia de Conselheiro Lafaiete, cidade natal da família,na região central de Minas, denunciando que o pai do menino, Mateus, teria desviado o dinheiro destinado para o tratamento do filho e abandonado a família. Diante da queixa, a Polícia Civil abriu inquérito para investigar.

Segundo os investigadores, o réu tinha acesso as senhas das contas em que os depósitos da campanha eram feitos e, por meio delas, fazia transferências para suas contas. 

O réu deixou Conselheiro Lafaiete no dia 8 de maio. Segundo a família, ele alegou que iria a  Belo Horizonte com objetivo de fazer um curso de vigilante, no entanto sumiu com parte do dinheiro do filho, sendo descoberto, em julho, em Salvador, vivendo uma vida de luxo e ostentação. A prisão preventiva de Matheus foi decretada com a conclusão do inquérito, naquele mesmo mês.  

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