Volta às aulas

Para epidemiologista da USP, escolas deveriam voltar imediatamente

Importância das instituições de ensino, para o médico Paulo Lotufo, é maior do que a de centros comerciais, mas ele ressalta os cuidados que devem ser tomados

Sáb, 13/03/21 - 11h45
Categoria cobra diálogo com o governo de Minas sobre reajuste de salários | Foto: Flávio Tavares

As escolas estão entre as primeiras atividades paralisadas após o início da pandemia no Brasil e são as que mais geram polêmica sobre o retorno. E na avaliação do epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e referência mundial na área, já deveriam ter sido abertas em todo o país.

"Eu adotei um lema pra mim que diz 'escola: a última a fechar, a primeira a abrir', porque na primeira onda o que aconteceu foi o inverso, salão de beleza, shopping center, concessionárias abriram, mas não as escolas, e não existe coisa mais importante do que as escolas", defendeu o médico em entrevista a O Tempo em uma live no Instagram nessa sexta-feira (12).

Um dos argumentos apontados pelo professor é a limitação do ensino remoto, adotado por muitas instituições de ensino. A modalidade, conforme Lotufo, impõe uma série de dificuldades especialmente às crianças.

Segundo ele, para o retorno, o funcionamento deve ser alternado, dividindo os alunos em três grupos, que frequentarão a escola dois dias por semana e terão horários de intervalo diferentes. "A medição de temperatura na entrada funciona bem nas escolas e pode ser acompanhado também no intervalo, e se tiver suspeita ou casos, pode-se isolar as mini-bolhas", sugere.

Lotufo ponderou, no entanto, que entende o desafio, especialmente para professores e outros trabalhadores do ambiente escolar, que muitas vezes precisam usar o transporte público para se locomover. "Eu defendo que quem trabalha nas escolas tenha prioridade na fila da vacina", afirmou, citando que esse público engloba desde professores a trabalhadores autônomos que transitam pelos locais, como vendedores.

"A escola deve ser muito valorizada porque é a forma que você quebra as desigualdades sociais, a escola é a coisa mais importante na sociedade, não é academia, salão de beleza, shopping center, é a escola que vai existir e permanecer", concluiu.

Além das escolas, Paulo Lotufo abordou diversos outros assuntos relacionados à pandemia na entrevista. Confira a conversa completa neste link.

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