A paralisação dos professores de escolas particulares de Belo Horizonte e de municípios abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT-MG) prevista para a próxima terça-feira (24) já faz com que algumas instituições de ensino desmarquem as aulas na data. Uma das que já enviaram o comunicado aos pais é a Escola da Serra, que fica no bairro de mesmo nome, na região Centro-Sul da capital.
O comunicado informa que a categoria dos professores vai se reunir no dia em Assembleia Geral para discutir sobre a campanha salarial de 2022. "Portanto, comunicamos que no dia 24/05 não haverá atividade escolar em nenhum dos turnos. Contudo, nossas atividades administrativas e de apoio seguirão normalmente. Em breve anunciaremos o dia da reposição no calendário escolar", diz a nota.
A reportagem tentou contato com a escola, mas o representante da diretoria não atendeu. Há relatos de outros colégios estejam avaliando a suspensão de aulas na data. As assessorias das instituições foram procuradas e O TEMPO aguarda as respostas.
Procurado, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) se manifestou pelo diretor José Carlos Arêas. À reportagem, ele afirmou que a categoria toda está indignada pelo fato de o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe/MG) não repassaram "nem o INPC, além de oferecerem uma situação bem abaixo". Para o diretor, atualmente "está boa a sensibilidade dos professores e há uma adesão significativa", incluindo cidades-polo onde o sindicato atua, como Varginha.
Procurado, o Sinepe informou que "se encontra em plena interação em suas negociações" com os sindicatos e que desenvolveu, de acordo com as diretrizes alinhadas entre as instituições de ensino associadas, "as tratativas que envolvem as demandas das partes".
O grupo que representa as escolas lembrou dos efeitos causados pela pandemia e que 90% dos associados são micro e pequenas empresas "que ficaram muito afetadas por causa do impacto da queda do capital de giro e do fluxo de caixa neste período de pandemia". "Sabe-se que este aspecto, em organizações de pequeno porte, exclusivamente dependentes de uma dinâmica econômica razoavelmente favorável, requer uma atenção redobrada na gestão de seus custos e recursos, para que estes sejam suficientes para uma sustentabilidade que promova uma boa qualidade na oferta e na entrega dos serviços educacionais às famílias e aos estudantes e, consequentemente, na manutenção dos empregos e de todo o bom e seguro andamento das atividades em geral", argumentou.
O Sinepe ponderou que tem, historicamente, "anos de ótimas negociações que permitiram o desenvolvimento de nosso segmento educacional, de forma a permitir a prosperidade dos profissionais e das instituições de ensino, no nível do reconhecimento de Minas Gerais como um estado de excelência educacional". O sindicato, entretanto, não se manifestou sobre a adesão de escolas à paralisação.