A maioria dos passageiros está respeitando a obrigatoriedade do uso de máscaras nas linhas do transporte coletivo intermunicipal e metropolitano, que entrou em vigor neste domingo (10) em Minas Gerais. No início da manhã desta segunda-feira (11), primeiro dia útil de aplicação da norma, a reportagem de O TEMPO encontrou apenas duas pessoas sem o equipamento de proteção, na estação Morro Alto, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Embora a recomendação seja não permitir o embarque de usuários sem máscara, eles conseguiram entrar nos coletivos.

Havia filas para acesso aos ônibus, e os usuários se aglomeram sem respeitar a distância de segurança, recomendada para a prevenção do coronavírus. Alguns veículos saíram lotados, contrariando as normas de segurança. Ainda pela manhã, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) lavrou seis autos de infrações por excesso de passageiros.

O valor das multas varia de R$ 414 a R$ 697, de acordo com o tipo de veículo. Já para o transporte de passageiros sem máscara, os valores das multas variam entre R$ 138 e R$ 232, no transporte metropolitano. No intermunicipal, a multa é de R$ 359. Por meio da assessoria de comunicação, o DER reforçou que os funcionários das empresas concessionárias têm que orientar os passageiros sobre o uso do equipamento de segurança.  Se eles se recusaram a colocar a proteção ou não quiserem descer do veículo, o motorista deve comunicar à fiscalização do DER e à Polícia Militar. “O motorista pode, ainda, não prosseguir a viagem até que a situação esteja regularizada”, explica o DER, por meio de nota.

Revolta

Mesmo com agentes da estação Morro Alto controlando  a entrada de passageiros aos coletivos,  alguns veículos saírm cheios, com muitas pessoas de pé, em direção à capital. Os passageiros, no entanto, reclamam que, na volta, a situação é ainda pior, e os ônibus seguem de Belo Horizonte para Vespasiano totalmente lotados.

A auxiliar de serviços gerais Edith Ferreira, 58, pega ônibus todos os dias na estação. Ela conta que já usa máscara há várias semanas, mas ainda encontra pessoas sem o equipamento. “Algumas pessoas deixam de usar e também não protegem as crianças. Medo, eu não sinto, mas acho certo todos usarem para protegermos uns aos outros. É a consciência de cada um, cada um tem que fazer a sua parte”, conta.

Márcia de Souza, 25, vai de ônibus todos os dias para o trabalho, em um laboratório na capital. Ela diz que já está acostumada ao uso de máscara e que a maioria das pessoas utiliza o equipamento, mas nota que algumas fazem uso incorreto do item. Ela reclama da lotação dos coletivos. “Na parte da manhã, aqui ainda tem um controle, então é mais tranquilo. Mas, na volta, vem lotado ‘até a tampa’. Ele vem enchendo, para em todas as estações, e entra quem quer. Só Deus”, pontua.  

De acordo com o governo de Minas, cabe a cada empresa de transporte, às autoridades sanitárias e aos órgãos de segurança garantir que a norma seja cumprida. A própria Polícia Militar poderá atuar em casos de pessoas que quiserem embarcar nos ônibus sem máscaras. O papel da PM será reduzir e mediar os conflitos.

Funcionários da administração da empresa responsável pelos ônibus da estação disseram que coletivos articulados podem circular com 30 pessoas de pé. Eles afirmaram, ainda, que estão distribuindo avisos na estação sobre a necessidade do uso de máscara.

Segundo o DER, somente entre os dias 13 de abril e 1 de maio, a fiscalização monitorou 4.192 viagens de linhas metropolitanas e aplicou 755 autos de infrações por descumprimento de horários e excesso de passageiros nos veículos.