Em média, cerca de 2 mil moradores de Minas Gerais ficaram sem energia elétrica por dia em 2024 devido a ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica. O dado é da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que nesta segunda-feira (16) voltou a alertar para os riscos e prejuízos causados pela brincadeira quando feita perto da fiação.

Ao longo do ano passado, foram mais de 765 mil clientes afetados por esse tipo de interrupção, em 2.664 ocorrências registradas em todo o estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais de 413 mil unidades consumidoras ficaram sem luz em 1.141 episódios.

O problema continua em 2025. Nos primeiros cinco meses deste ano, 853 casos envolvendo pipas já deixaram cerca de 248 mil consumidores sem energia elétrica em Minas. Na Grande BH, foram 428 interrupções, com impacto para 147 mil unidades consumidoras.

Risco de acidentes graves

Além das interrupções no fornecimento, a Cemig reforça o alerta para o risco de acidentes. Segundo o técnico de Segurança da companhia, César de Jesus Souza, a recomendação é que a prática de soltar pipas nunca aconteça em áreas urbanas, justamente por causa da grande concentração de redes de distribuição.

“O contato com a rede pode causar choques de até 13.800 volts, o que pode resultar em acidentes graves ou até fatais. Por isso, os pais devem orientar os filhos a escolher locais abertos e afastados da rede elétrica”, destaca.

Outro alerta importante é que ninguém deve tentar retirar pipas presas nos cabos de energia, por conta do risco de choque.

Uso de linhas cortantes é crime em Minas Gerais

A Cemig também chama a atenção para o perigo do uso de cerol e linha chilena, ambos proibidos em Minas desde a entrada em vigor da Lei 23.515/2019. A legislação veta a venda e o uso de linhas cortantes e prevê multas que podem chegar a R$ 276 mil em caso de reincidência.

Segundo o técnico da companhia, o uso de cerol ou materiais metálicos transforma a linha da pipa em um condutor de eletricidade, aumentando o risco de choques e até rompimentos de cabos.

“Além de riscos para quem está soltando a pipa, a linha cortante pode atingir motociclistas, pedestres e causar quedas de energia que afetam milhares de pessoas”, alerta César.

A Cemig reforça que soltar pipas só é seguro em locais abertos, longe da rede elétrica e sem o uso de materiais cortantes.