A Polícia Civil não descarta que o jovem de 23 anos que confessou ter matado a mãe e enterrado o corpo dela no quintal de casa em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, tenha premeditado o crime. Em conversa com a reportagem de O TEMPO, nesta sexta-feira (21), o delegado Edmar Henrique Cardoso informou que a cova já estava aberta antes do homicídio.

O desaparecimento da mulher, de 57 anos, foi registrado pela família em março deste ano. Apenas ela e o suspeito moravam na casa. "Foram feitos levantamentos iniciais, não tinha indício de crime. As investigações continuaram. Com o passar do tempo, ela não deu notícias e a família contratou investigadores particulares. Para esse pessoal, a família informou que ela e o filho tinham desavenças. Me parece que ela tinha problemas com bebidas alcóolicas, e, o rapaz, com drogas", explicou o delegado.

Nessa quinta-feira (20), os policiais conversaram com o jovem, que confessou o crime. À polícia, ele disse que, há cerca de 60 dias, tinha brigado com a mãe, por motivo não detalhado e, posteriormente, enterrado o corpo no quintal de casa debaixo do pé de abacate.

"Ele disse que as brigas eram constantes. A família falou que ele aproveitava o momento que a mãe estava alcoolizada para pegar dinheiro e cartões. Tem uma coisa que ele se esquiva: a cova que ele jogou o corpo já estava cavada. Nós estamos trabalhando com a hipótese que tenha sido premeditado. Eu perguntei: 'você já tinha feito a cova?'. Ele falou: 'a cova estava pronta'", detalhou o policial.

Polícia investiga se mulher foi enterrada viva

Ainda conforme o delegado, a polícia também investiga se a mulher foi enterrada viva pelo filho. "Ele fala que não precisou agredir a mãe, que ela estava 'alta', a gente pode deduzir que ele quis dizer que a mãe estava embriagada. Ele disse que pegou a mãe, simplesmente jogou dentro do buraco e enterrou. Ele próprio acredita que a mãe respirava quando estava dentro do buraco. Então a gente vai esperar os resultados de exame da medicina legal para ver há possibilidade dela ter sido enterrada com vida", afirmou Cardoso.

Homem ajudou irmãos a procurar a mãe

Segundo o delegado, a família chegou a ir à casa durante o desaparecimento, conversou com o suspeito, mas não notou nada de estranho na residência. Inclusive, ele chegou a ajudar os irmãos a procurar pela vítima.

O suspeito já tinha um registro por agressão, e a polícia apura se já existia algum outro boletim de ocorrência em que tenha sido registrado algum desentendimento entre ele e a mãe.

A Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão preventiva devido ao homicídio. O pedido está em análise. Nessa quinta, ele foi autuado por ocultação de cadáver e encaminhado ao sistema prisional.