Antes das 8h, ônibus com membros das forças de segurança do interior de Minas já estacionavam próximo à Praça da Estação para a manifestação prometida para as 9h. Os veículos partiam de Governador Valadares, Itabira e Uberlândia, por exemplo.
Só na comitiva de Governador Valadares, vieram cerca de 180 pessoas, segundo os organizadores, em quatro ônibus. A previsão inicial da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG) é que o protesto reúna até 20 mil pessoas, 6.000 vindas do interior do Estado.
O policial penal Wellington Silveira conta que o grupo de Valadares saiu da cidade por volta das 23h30 e chegou às 6h em BH. “Estamos com perda salarial, com a inflação. Está todo mundo apertado, gasolina está cara. Minas Gerais foi considerado o Estado mais seguro do Brasil no último ano. Queremos fazer tudo dentro da legalidade, mas temos que mostrar ao governador que ele tem que nos valorizar”, diz.
O comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, liberou a participação de militares da ativa na manifestação.
Os manifestantes cobram que o governador do Estado, Romeu Zema (Novo) cumpra um acordo realizado em 2019, que previa recomposição salarial dos servidores das forças de segurança anualmente, de 2020 a 2022. O primeiro reajuste, de 13%, foi pago em 2020, porém ainda naquele ano o governador vetou os outros dois pagamentos de 12%. No total, os trabalhadores teriam uma recomposição de 41% como forma de compensar os efeitos da inflação.
Parte dos manifestantes desta segunda-feira usam um adesivo no peito com os dizeres: "Zema não tem palavra".
Além disso, lideranças da manifestação apontam que o governo não mantém canal de diálogo com a categoria.
"O governo infelizmente não deu nenhuma resposta concreta. Está jogando com a gente, chantageando. Está semana foram várias tentativas de que o governo fizesse um gesto, anúncio e a proposta concreta, o que não fez até hoje", disse o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT).
Questionado sobre a possibilidade de greve, o presidente da Aspra-Mg, sargento Bahia não descartou e nem confirmou a realização de uma paralização. "Isto vai depender do governo sentar conosco para conversar", disse.
O governo de Minas, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram procurados, mas ainda não se posicionaram na manhã desta segunda-feira (21).
O governo de Minas argumenta que aguarda a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para aplicar a recomposição da inflação sobre o salário de todas as categorias de servidores estaduais.
Trânsito
Até o momento, o manifesto não gera impacto no trânsito das imediações da Praça da Estação, local escolhido pelos profissionais da segurança pública para manifesto.
Os manifestantes devem sair em passeata pela cidade, finalizando a caminhada na Praça da Assembleia, na região Centro-Sul.
Mobilização
Mais de 100 ônibus e 40 vans foram contratados para transportar os manifestantes de outras cidades. Segundo a Aspra-MG, a escala dos agentes que estarão trabalhando não deve ser afetada.