NAS ELEIÇÕES DE 2012

Prefeito e vice de Campo do Meio são suspeitos de corromper eleitores

Robson Machado de Sá e o vice Guilherme Miarelli Machado são flagrados em vídeo entregue à Polícia Federal de Varginha, no Sul de Minas, por duas mulheres que teriam recebido proposta para apoiar a candidatura deles

Por CAMILA KIFER
Publicado em 01 de setembro de 2014 | 09:17
 
 
Robson Machado de Sá é acusado de corrupção eleitoral nas eleições municipais de 2012 Divulgação / Prefeitura de Campo do Meio

O prefeito e o vice-prefeito de Campo da Meio, município do Sul de Minas, foram denunciados pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), na última semana do mês de agosto. A dupla é suspeita de corromper duas eleitoras para a obtenção de votos nas eleições municipais de 2012.

Robson Machado de Sá e o vice Guilherme Miarelli Machado tiveram seus nomes publicados em uma denúncia feita no dia 29. Conforme informações do Ministério Público Federal (MPF), a dupla prometeu nomear M.G.M.L.M., e a filha M.M.M., para cargos de Agente de Saúde do município.

A tentativa de corrupção teria sido filmada pelas eleitoras e entregue a Polícia Federal de Varginha, cidade da mesma região. No entanto, em conversa com a reportagem de O TEMPO, o prefeito do município nega as acusações. "Já fomos julgados e absolvidos em 1ª e 2ª instância. Fomos absolvidos por cinco votos a um", declarou Robson.

O acusado declarou ainda que este é um processo antigo e disse não ter sido notificado. Sobre a denúncia feita no dia 29 de agosto."Nós fomos pegos de surpresa pela publicação. Não fomos avisados ainda sobre este novo processo. Vamos aguardar uma notificação oficial", reiterou  Marina Pimenta advogada dos acusados.

O texto do MPF informa que, no dia 3 de setembro de 2012, M.G.M.L.M havia sido aprovada em concurso municipal, mas a classificação alcançada havia permitido que ela fosse chamada de imediato, ficando como excedente. A denúncia explica que o então candidato a prefeitura e seu vice na chapa, teriam se dirigido até a residência da concursada e prometido que se ela retirasse da fachada de sua casa, uma placa de apoio ao concorrente na eleição, a mulher seria chamada para ocupar o cargo público.

A denúncia ainda sita que a mulher teria ligado para o então prefeito da cidade na época que teria confirmado que ela na fila de espera ela seria a próxima a ser chamada, mas, claro, se apoiasse a chapa de Robson.

Com medo, M.M.M pediu para que a dupla voltasse a sua casa em uma outra data para fechar o acordo. No dia 7, eles retornaram e a conversa foi gravada por meio de uma uma câmera escondida em uma caneta. Segundo o vídeo, a nomeação aconteceria no dia 8 de outubro do próximo ano - no caso em 2013. Os candidatos pediram, ainda, para que as eleitoral mantassem  a conversa em sigilo.

Cinco dias após a conversa, o vídeo foi entregue a Delegacia da Polícia Federal, em Varginha, na mesma região. Um inquérito foi instaurado e ficou comprovado o crime previsto no artigo 299 do Código Eleitoral, que afirma diz ser crime “Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outros, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”. 

"Isso foi uma manobra da oposição. Armaram pra mim, mas eu já fui inocentado", encerrou o prefeito.

Para este tipo de crime, os denunciados estarão sujeitos a pena de até 4 anos de reclusão e pagamento de 5 a 15 dias-multa.