Bairro Bandeirantes

Primeira-dama do tráfico de drogas é presa em casa de luxo na Pampulha

Ela é mulher de um dos maiores traficantes do Estado, preso desde 2013, e é suspeita de cuidar da movimentação financeira do esquema criminoso do marido

Por Rafaela Mansur
Publicado em 24 de maio de 2019 | 12:51
 
 
Suspeita vivia em casa de classe média alta no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Uma mulher de 40 anos, considerada a primeira-dama do tráfico de drogas, foi presa em casa, no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, nesta quinta-feira (23). Ela é casada com Luiz Cosme Barbosa, o Barriga, conhecido como um dos maiores traficantes do Estado, que está preso desde 2013.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher é suspeita de cuidar da logística e da movimentação financeira do esquema de tráfico de drogas do marido.

Ela já foi presa anteriormente e estava foragida havia cinco anos – dois mandados de prisão, de 2014 e 2016, estavam abertos no nome dela, pelos crimes de associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Para driblar a lei, a suspeita usava documentos falsos.

Na casa dela, um imóvel de classe média alta alugado, foram encontrados, além de duas carteiras de habilitação falsas, um carregador com munição de calibre 380 e um caderno de anotações típicas do tráfico, com valores, quantidades de drogas e nomes de traficantes conhecidos na capital.

"Isso tudo, somado ao que se tem dela do passado, leva a crer que ela continua a obra criminosa do marido dela", afirma o delegado Daniel Augusto dos Reis, do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc). A corporação acredita que o homem estava comandando o esquema criminoso de dentro da prisão.

Barriga já chegou a ser apontado como o maior traficante de Minas Gerais, responsável por mais de 80% da venda de drogas no Estado. As investigações mostram que ele atuava no mercado atacadista e, no auge, chegou a vender 5 toneladas de entorpecentes por mês. O homem teria acumulado um patrimônio de R$ 5 milhões.

"A gente precisa apurar onde estão esses bens, quem são esses laranjas, quem são os traficantes que estão apoiando e continuando essa obra criminosa", diz o delegado.