Perto de completar seis meses da paralisação das atividades nas escolas, os professores da rede municipal de ensino em Belo Horizonte vão receber chips para melhorar o contato com os estudantes durante as aulas remotas. Apesar dos indícios de redução da transmissão do coronavírus na capital mineira, ainda não há expectativa para a retomada das aulas presenciais – em agosto, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) chegou a declarar que dificilmente os trabalhos voltam antes da chegada da vacina.

Para adquirir os equipamentos e melhorar o ensino remoto, a Secretaria Municipal de Educação recebeu um repasse de mais de R$ 14 milhões. "Parte dos recursos destinados às medidas de combate e prevenção a Covid-19 será investida na melhoria das condições tecnológicas para ajudar na formação dos 16.500 estudantes dos anos finais (do ensino fundamental) que estão em ensino remoto, à partir da Portaria 138/2020 publicada na semana passada", informou a pasta em nota. Desse total, R$ 12 milhões foram repassados pela Secretaria Municipal de Saúde, no trabalho cooperativo e intersetorial desenvolvido na PBH.

 

Segurança na pandemia

Os recursos também serão utilizados para a compra de máscaras e equipamentos de segurança para 250 mil alunos, professores e funcionários da rede municipal. Os materiais serão utilizados quando a retomada das atividades for autorizada. De acordo com a pasta, serão mais de dois milhões de itens usados para garantir que os avanços protocolos sanitários sejam cumpridos pelas unidades de educação.

Ao todo, a capital mineira conta com  323 escolas municipais e 211 creches parceiras na rede municipal de ensino. "O recurso vem em boa hora, pois, além de aliviar o planejamento deste final de ano, com o ensino remoto, o valor repassado possibilitará para o remanejamento de parte do que foi reservado para a preparação sanitária das escolas municipais e garantir a segurança do retorno presencial, quando as condições epidemiológicas forem favoráveis", acrescentou a pasta.

Aulas remotas 

Na última semana, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu que os alunos do 9º ano do ensino fundamental da rede podem concluir o período letivo por regime especial. O anúncio da medida, que vai implantar o ensino remoto para que os mais de 16 mil estudantes consigam avançar para o ensino médio no próximo ano, ocorreu quase mais de 180 dias após a chegada da pandemia na capital.

As expectativas do poder público é que as atividades sejam realizadas de forma online até o dia 28 de fevereiro de 2021. A portaria determinou ainda que a oferta e o acesso às aulas não presenciais devem ser assegurados a todos os estudantes da rede municipal, seja através das plataformas digitais ou por meios físicos.

Caso o aluno tenha acesso à internet e computador, "o ensino remoto será por meio de plataformas digitais, se não tiver os equipamentos necessários, o ensino remoto será por meio do celular e, se não possuir internet, celular, computador, nada disso, o ensino remoto será por meio de material impresso e livros didáticos distribuídos e recolhidos a cada 15 dias".