Mais de 137 milhões de brasileiros fecharam o ano de 2019 “de mal” com a balança. É que 61,7% estavam com excesso de peso e 26,8% eram obesas no Brasil, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Belo Horizonte, onde 71,92% dos atendidos nas unidades municipais de saúde estão acima do peso, políticas públicas são traçadas para evitar que os quilos a mais causem um adoecimento geral, já que a obesidade é fator de risco para outras doenças.
“Temos tido uma escalada da obesidade no mundo, incluindo o Brasil. Não podemos falar em percentual aceitável porque a obesidade vem com uma série de alterações que diminuem a expectativa de vida da população”, afirma o gerente de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde da capital, Fabiano Gonçalves.
O gestor lembra que a necessidade de manter o peso é uma questão de saúde, uma vez que obesos têm maior probabilidade de terem doenças, como as alterações cardiovasculares. Essa situação, segundo Gonçalves, tende a piorar no período pós-pandemia em função das mudanças de hábitos alimentares e dificuldade de realização de atividade física ao longo do ano.
Para tentar reduzir um pouco o ônus do isolamento social na saúde da população, a Prefeitura de Belo Horizonte vai retomar o contato, já na segunda-feira, com os alunos do programa Academia da Cidade. Das 17,5 mil pessoas cadastradas, só as que não forem do grupo de risco poderão participar do programa. A ideia é futuramente abrir, inclusive, mais vagas. Atualmente, são 78 academias.
“Nós criamos também o plano de enfrentamento de doenças crônicas, em que equipes de saúde da família acompanham pessoas com essas doenças por telefonemas, mensagens e até visitas”, explica.
Algumas pessoas têm buscado ajuda por conta própria, segundo o gestor do Grupo de Academias Responsáveis e Éticas, Daniel Cária. “Estamos recebendo pessoas que não tinham o hábito de ir às academias e agora procuram exercitar o corpo e a mente”, conta.
Dados
Segundo a Prefeitura de BH, 71,92% dos adultos com mais de 20 anos estavam acima do peso, em 2019, sendo 40,7% obesos e 57,02% dos idosos com obesidade.