Em entrevista à rádio Super 91.7, na manhã desta terça-feira (5), o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um balanço sobre o enfrentamento do coronavírus no Brasil. Ao ser questionado em uma série de perguntas em respostas bate-pronto, sobre as eleições em 2022, Mandetta respondeu: "política é destino."

O ex-ministro da Saúde também disse que não ficaram mágoas em relação ao presidente Jair Bolsonaro sobre sua exoneração da pasta. "Obviamente ele (Bolsonaro) tinha uma visão do problema diferente da minha. Ele entendeu que precisava de um tipo de ministro que fizesse um outro tipo de política. E estava muito além do meu entendimento sobre o problema", afirmou.

Enfrentamento da pandemia

Mandetta também explicou que falta de medicamentos, como já acontece no Rio de Janeiro, é um problema pontual e que não deve ser sentido em outras regiões do Brasil.  Em contrapartida, o Brasil pode sofrer com a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para a equipe da saúde, escassez de ventiladores pulmonares, essenciais nos casos críticos da Covid-19*, e até mesmo não ter profissionais suficientes, o que chamou de "falta de recursos humanos". 

"Acredito em falta de EPI a dificuldade de EPI, a questão de ventiladores, mas ainda dificuldade de produção e de escala até o final de julho, técnicos de enfermagem para trabalharem nessa área de produção intensa. Então esses três itens EPI, Ventiladores e recursos humanos são três itens que precisam estar muito bem dimensionados

Mandetta também afirmou que Belo Horizonte é referência no combate á pandemia em relação a outras cidades do Brasil. "Esse vírus não negocia com ninguém. Simplesmente alguma coisa que a gente tem para tentar diminuir um pouco o percentual de contágio, o percentual de agravamento e colapso na rede é exatamente tentar passar por ele de uma forma mais devagar, mais organizada. E nesse sentido eu vejo Belo Horizonte como uma referência para os demais prefeitos do Brasil", afirmou.

Sobre o trabalho do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, o ex-comandante da pasta diz que não vê muitas diferenças em comparação ao seu. "Acho que quem está tomando as medidas são os governadores e os prefeitos. O Ministério da Saúde, o que ele faz são recomendações e eu acho que as recomendações são ainda muito tímidas por parte do atual ministério. Tem alguns prefeitos zelando muito por suas comunidades, alguns governadores, e alguns flexibilizando, alguns com critério e alguns sem critério", avaliou.