Réus negam envolvimento em chacina de Felisburgo 

Mais dois acusados de participarem da Chacina de Felisburgo começaram a ser julgados nesta quinta no 2º Tribunal de Júri, do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Francisco de Assis Oliveira e Milton Francisco de Souza foram denunciados por envolvimento na morte de cinco integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em novembro de 2004, na fazenda Nova Alegria. Na ocasião, várias pessoas ficaram feridas, e 27 casas foram incendiadas.

Durante o depoimento, os dois negaram participação no crime e afirmaram que, no momento da ação, estavam no centro do município, que fica distante 18km da fazenda. De acordo com a assessoria do fórum, para confirmar a versão deles, três testemunhas da defesa foram ouvidas durante o julgamento.

Ainda de acordo coma assessoria, a defesa dos réus disse que os dois eram antigos integrantes do MST e que saíram do movimento por terem brigado com os líderes do local. Essa, segundo os advogados, seria a razão para que Souza e Oliveira fosse acusados.

No momento dos debates entre o Ministério Público e os advogados de defesa, Souza passou mal e precisou de ser retirado do júri para ser atendido por equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O julgamento chegou a ser paralisado por alguns minutos, mas foi retomado mesmo sem a presença do réu. Até o fechamento desta edição, a sentença dos dois ainda não havia sido dada pelo juiz Glauco Fernandes.

Mandante. Em outubro, o fazendeiro Adriano Chafik, acusado de ser o mandante do crime, foi condenado a 115 anos. Já o ex- funcionário dele, também acusado pelo crime, Washington Agostinho, pegou 97 anos e seis meses de prisão. Os dois recorrem da sentença em liberdade. Eles foram condenados pelos cinco homicídios, por formação de quadrilha e pelo incêndio.