crise na saúde

Sem acordo: socorristas do Samu em BH cogitam paralisar atividades; saiba quando

As negociações não avançaram nesta terça-feira (23), e um novo encontro está previsto para a próxima quinta-feira, 25 de abril

Por Alice Brito
Publicado em 23 de abril de 2024 | 17:23
 
 
Trabalhadores socorristas do SAMU protestam por melhores condições de trabalho Foto: Rodney Costa/O Tempo

A reunião entre representantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que discutiu a possibilidade de estabilidade nos salários dos condutores socorristas e melhores condições de trabalho, terminou sem acordo e permanece a possibilidade de greve nos atendimentos ainda na quinta-feira (25), quando uma nova reunião deve ser realizada. O encontro foi realizado nesta terça-feira (23), na Secretaria Municipal de Saúde, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Na ocasião, foi debatida a possibilidade de não haver corte de 42% nos salários dos condutores socorristas e a extinção de todos os benefícios da categoria - vale alimentação, cesta básica, auxílio combustível, planos médico e odontológico. De acordo com a categoria, nenhum acordo salarial foi cogitado; por isso, está prevista para a próxima quinta-feira (25), um novo encontro na Secretaria Municipal de Saúde.

A categoria, composta por 120 condutores na capital, cogita entrar em greve caso a situação não seja resolvida. Contudo, a Prefeitura de BH informou que foi solicitado para a empresa o pagamento do vale-alimentação aos trabalhadores. "Com o corte salarial, corte dos benefícios e desconto do INSS vamos receber menos de um salário mínimo.Caso isso não aconteça depois da nova reunião vamos entrar em greve", enfatizou o condutor e porta-voz da categoria William Fernandes. 

Já a Prefeitura de Belo Horizonte diz grantir que não haverá interrupção do serviço. 

Teor da reunião

Em nota a PBH informou que durante a reunião foi solicitado um "pleito a empresa para concessão do vale-alimentação aos trabalhadores. O pedido ainda será avaliado".

 A empresa, por sua vez, em nota, não comentou sobre a possibilidade da manutenção do benefício. Porém, adiantou a manutenção da queda salarial da categoria. "A empresa utiliza a Convenção Coletiva de Trabalho que regula a sua atividade preponderante, não se tratando portanto de redução salarial, mas sim de enquadramento de categoria, conforme os preceitos determinados na legislação trabalhista. Em virtude do novo contrato, foram abertas vagas para os interessados se candidatarem". 

Entenda o caso

Os condutores receberam proposta salarial mais baixa da que é paga, atualmente, mais a extinção de benefícios após a empresa Litoral Med Serviços Médicos vencer o contrato de licitação para administrar o serviço na capital que já começa a valer  a partir desta sexta-feira (26).