Cerca de 60 taxistas armaram uma espécie de "tocaia" para um motorista que realiza atendimento a partir do Uber, aplicativo para caronas pagas, na manhã desta segunda-feira (6). Enquanto o grupo aguardava o fim da reunião entre promotores, vereadores e seus representantes no Ministério Público, que debateu justamente o transporte clandestino na capital, os condutores resolveram armar uma emboscada.

Eles pediram uma corrida pelo aplicativo que condenam. O motorista apareceu em uma Mitsubishi ASX e foi cercado pelo grupo aos gritos de "fora, Uber". Neste momento, eles fecharam a avenida Raja Gabaglia, no sentido bairro, por cerca de dez minutos.

A Polícia Militar (PM) interveio, mas não evitou que o carro fosse arranhado. Os policiais escoltaram o motorista, vítima da "tocaia", já que ele não tinha nenhum passageiro, o que impediu que fosse enquadrado na prática de transporte clandestino.

Os militares registraram um Boletim de Ocorrência de danos ao veículo. Ninguém foi preso. "Ninguém entrou no veículo, não houve passageiro. O veículo não foi rebocado. Vamos fazer um B.O. de dano", afirmou o major Paulo Pereira, subcomandante do Batalhão de Trânsito de Belo Horizonte.

Ainda segundo o major, a documentação do carro alvo do crime e do condutor está em dia. Para se configurar transporte irregular é necessário confirmar que há passageiro pagante. "O passageiro tem que confirmar que está pagando a corrida e tem que estar dentro do veículo ou entrando nele. Se ele falar que é parente, não tem como configurar o transporte irregular. Se a pessoa confirmar que está pagando, o motorista é autuado, em cerca de R$ 153", explicou.

Em nota, a Polícia Militar informou que cabe à corporação "cumprir a legislação em vigor e reprimir qualquer tipo de agressão de onde quer que ela ocorra" e que apoia as operações desencadeadas pela BHTrans e DER no combate ao transporte clandestino. "Quanto ao aplicativo “Uber”, a PM não é a instituição competente e nem mesmo tem mecanismo para proibir a sua utilização", informa o comunicado, que faz menção à falta de legislação específica sobre o aplicativo. 

"As agressões entre taxistas e motoristas do “Uber” serão coibidas, como já é realizado para toda a população, buscando a manutenção da paz social", afirma o comunicado.

Atualizada às 18h22.

Atualizada às 11h54