A Justiça Mineira começa a ouvir nesta semana as testemunhas do processo do caso Backer, que apura as responsabilidades sobre a intoxicação da cerveja ‘Belorizontina’, ocorrida no início de 2020. Ao menos dez pessoas morreram em decorrência das intoxicações e mais de 20 teriam apresentado problemas de saúde, segundo o inquérito da Polícia Civil.

Ao longo desta semana, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, (TJMG), estão previstos os depoimentos de 28 testemunhas da acusação, sendo que sete pessoas deverão ser ouvidas por dia. As oitivas poderão contar com a presença das onze pessoas indiciadas no processo.

De acordo com a acusação do Ministério Público de Minas Gerais, foram denunciados os três sócios da cervejaria pela contaminação de produtos alimentícios e sete engenheiros e técnicos, acusados de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Uma pessoa foi denunciada por prestar informações falsas durante as investigações.

Os depoimentos poderão ocorrer tanto presencialmente quanto por videoconferência. Segundo o TJMG, a data para ouvir as testemunhas da defesa e os réus será marcada posteriormente.

O processo será julgado na 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Como ninguém foi acusado de crime doloso, não haverá júri popular.

Relembre o caso

O caso envolvendo a Backer começou a ser investigado em 5 de janeiro de 2020, poucos dias após as primeiras vítimas passarem mal depois de ingerir a cerveja Belorizontina. As investigações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação. Dez pessoas morreram e outras 16 sofreram lesões graves.

Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.